Ação da Polícia Federal pode mudar relação entre Dilma e Lula

Ação da Polícia Federal pode mudar relação entre Dilma e Lula

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Foto: Divulgação

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Divisor de águas Apesar da indignação em alta no Instituto Lula, o ex-presidente da República deu sinais de que se cansou de defender no Palácio do Planalto a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O indicativo mostra que a ação da PF na empresa de um de seus filhos adiciona um ingrediente emocional até hoje ausente nas críticas do petista à gestão da sucessora. Aliados avaliam que a Operação Zelotes tem tudo para se tornar um marco na relação entre criador e criatura.

Avesso Integrantes do governo afirmam que, ao atingir o filho, a polícia “simbolicamente entrou na casa de Lula”. Segundo essa análise, os investigadores da Lava Jato perderiam o “constrangimento” de avançar sobre outros familiares do ex-presidente.

Eu não No depoimento que prestou à PF, o ex-ministro Gilberto Carvalho disse que o lobista Mauro Marcondes pediu sua ajuda para prorrogar a medida provisória que beneficiava o setor automobilístico. Aos delegados, Carvalho disse que não levou o pleito adiante.

Bilhete A delegada que conduziu o interrogatório mostrou um pedaço de papel escrito por Marcondes: “café com Gilberto Carvalho”. O petista mostrou sua agenda para provar que, na referida data, estava em Roma em missão oficial.

Tudo certo Ao contrário dos rumores de estremecimento da relação, Dilma diz na mensagem de aniversário que gravou para Lula que o padrinho foi e continua sendo “um parceiro incondicional de todas as horas”.

Significa? Mais adiante, a presidente afirma que “o que o nosso aniversariante sempre nos dá como lição é a sua capacidade de enfrentar as adversidades da vida. De superar as barreiras que, à primeira vista, nos parecem intransponíveis”.

Vamos conversar Ricardo Berzoini (Governo) deve receber nesta semana prefeitos e governadores com o intuito de construir uma solução conjunta para encontrar um modelo de CPMF ao menos “tramitável”.

Assim não vai O Planalto se convenceu de que, da maneira como está, o tributo não avança. Com isso, o ajuste fiscal deve se resumir à DRU e à manutenção dos vetos presidenciais contra a chamada pauta-bomba.

Triplo Na contramão do ajuste fiscal, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara apresentou emenda ao Orçamento de 2016 para triplicar o valor destinado ao Fundo Partidário –verba pública que é distribuída anualmente entre as legendas.

Menos é mais Com a torneira dos grandes doadores fechada por causa da crise e da Operação Lava Jato, a ideia é engordar o dinheiro do fundo em R$ 600 milhões. A emenda foi sugerida por Ricardo Barros (PP-PR), relator do Orçamento que propõe cortar o Bolsa Família.

De fora… Depois da convenção estadual do PMDB de São Paulo, no sábado, a senadora Marta Suplicy reuniu a cúpula paulista do partido em sua casa para um almoço.

… do baile Gabriel Chalita, que disputa com ela a indicação da sigla para a candidatura à Prefeitura, não estava na lista de convidados.

Jogo duplo Apesar de ter sido o responsável pela filiação de Marta ao PMDB, o vice-presidente Michel Temer tem dado sinais de que sua relação com Chalita segue intocada, sem traumas.

Arco-íris Marco Aurélio Garcia diz que não houve veto “de qualquer cor” por parte da Venezuela ao ex-ministro Nelson Jobim.

Visitas Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, visitou ontem aFolha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Carolina Rocha, gerente de imprensa, e Leônidas Albuquerque, assessor de imprensa.

Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Vinicius Lummertz, presidente da Embratur, Darse Junior, assessor de imprensa, e José Augusto Gayoso, assessor de comunicação da Embratur.

TIROTEIO

O PSDB não permitirá que cortem o Bolsa Família, ainda mais se for por causa da irresponsabilidade fiscal do governo.

DO SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG), sobre o relator do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), propor corte de R$ 10 bilhões no programa.

CONTRAPONTO

A ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, deixou de lado o protocolo, na semana passada, quando falava sobre a dignidade na morte, em seminário médico-jurídico promovido pelo Instituto Uniceub de Cidadania, em Brasília. Optou por não seguir o discurso que havia preparado por escrito para falar de improviso. Confessou ter “pânico” da morte:

–Às vezes, nem ouso espirrar em público. Sei que não sou vista como uma pessoa, mas como uma vaga em potencial para o STF –disse, em tom de brincadeira.

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