Com clima favorável, dimensões continentais e extensas áreas agricultáveis, o Brasil, além de produtor de destaque de alimentos, agora têm por missão se consolidar como líder no mercado de Agroenergia. Apesar do sucesso que o Brasil tem alcançado neste mercado, em 2006, os EUA assumiram a liderança na produção de bioetanol. A retomada da liderança brasileira no setor, dependerá do desenvolvimento de novas tecnologias e avanços já utilizados. Há espaço para melhorias nos processos industriais e fatores de produção.
Com histórico investimento em pesquisa com sorgo sacarino, mandioca amilácea e mandioca sugary, e cana-de-açúcar, a Embrapa mostra envolvimento em pesquisa para produção de biomassa, como também em pesquisa para transformação, utilização e conservação de energia, relacionadas a parte socioeconômica e de análise de sistemas direcionada para impulsionar o setor sulcroalcooleiro. “Cabe a Embrapa fazer e executar a boa ciência com fins estratégicos para o Brasil”, assegurou o Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães.
Visando uma interlocução adequada, a rede Embrapa e os demais parceiros focam suas ações em produção de cultivares modificadas, via melhoramento genético clássico, e também, assistido por biologia avançada. Além disso, desenvolve estudos especiais para cana energia, focando teor de sacarose, estrutura modificada de parede celular, eficiência de sistemas biológicos para hidrólise enzimática e processos especialistas para rota de Et-LC, destaca o Chefe.
Etanol a partir de material lignocelulósico está dentro das metas estratégicas da empresa em dar suporte técnico-científico ao setor sucroalcooleiro. No caso deste suporte, a Embrapa Agroenergia desenvolve ações no que diz respeito à caracterização de rotas tecnológicas e processos específicos, visando saltos de competitividade no negócio brasileiro para a melhoria da produção de etanol incluindo tecnologias de 2ª geração.
As várias rotas tecnológicas para produção de etanol de matéria-prima lignocelulósica, em desenvolvimento no Brasil e no mundo, apresentam alguns gargalos técnico-científicos relevantes que vêm merecendo esforços concentrados de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Mercado atual
No atual cenário, a cultura da cana-de-açúcar tem um papel fundamental para atender as demandas dos mercados domésticos e internacionais com aumento da área, produtividade e eficiência de conversão em etanol. O Brasil cultiva entre 7 e 8 milhões de área plantada desta cultura e a proposta de crescimento deverá observar uma estratégia conservadora entre 2 a 3 vezes, ou incrementar de 3 a 10 vezes mais.
De acordo com Durães, dados conservadores apontam que se a matriz mundial fizer substituição da gasolina por etanol em 10%, o Brasil pode contribuir em até 50% com esta oferta num período de 10 a 15 anos. Os atores públicos e privados do Brasil, com esta perspectiva, podem vislumbrar estratégias futuras de mercado.
Para isso, a curto prazo, o Brasil deverá cuidar do fortalecimento do suporte tecnológico, da logística de transporte e escoamento da produção e acordos bilaterais ou multilaterais.