‘República de Médicos’ – Por Professor Nazareno*

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Foto: Divulgação

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Confúcio Moura, o “todo poderoso” Governador do Estado de Rondônia já há dois anos e meio, é um médico. Mauro Nazif, carioca de origem palestina e Prefeito de Porto Velho, também é médico. Só isto já seria bastante para que nós, mortais comuns e rondonienses, amássemos e adorássemos a classe médica como um todo. Os médicos, ou doutores, como gostam de ser chamados, mesmo sem ter defendido nenhuma tese de doutorado, têm uma importância fundamental para qualquer sociedade. Além de “salvarem” muitas vidas, em vez de apenas adiarem a morte dos seus pacientes, eles contribuem decisivamente para a organização e o progresso de qualquer país. No entanto, estes profissionais estão sendo “injustamente perseguidos” pelas atuais políticas públicas do Governo Federal com a “impopular ideia” de atrair médicos estrangeiros para trabalhar nos interiores do país e nas periferias das grandes cidades.

Como não há (nem nunca houve) a menor infraestrutura nos hospitais públicos e  nos postos de saúde dos interiores e destas mesmas periferias, os órgãos de classe que defendem esses médicos, “sem nenhum corporativismo”, entendem e já decidiram que localidades “ermas” como Calama, São Carlos ou Demarcação em Rondônia, por exemplo, não podem ter a presença de profissionais formados em universidades de fora do país. Cidades e vilarejos perdidos no interior do Brasil também não podem e nem devem ter a presença de nenhum deles. O povo destas localidades, que em momento algum foi consultado se queria ou não médicos residindo entre os seus habitantes, certamente também é contrário à presença de “doutores” entre eles. Faça-se uma pesquisa perguntando qual a opinião dos moradores para saber a resposta de quem vive e sofre esse, até agora “difícil e insolúvel”, problema do dia-a-dia do nosso país.

O profissional que exerce a Medicina no Brasil é quase sempre “um coitadinho” que, via de regra, é explorado pelo sistema e pelos pacientes. Médico no Brasil é sinônimo de pobreza e abnegação pelo sacerdócio da profissão árdua que escolheu por pura vontade de salvar vidas e ajudar aos mais necessitados. Quase todos são pobres e humildes, andam de transporte coletivo, levam uma vida simples e geralmente moram em uma casa financiada pela Caixa Econômica Federal. Conheço alguns médicos que se lamentam de nunca terem viajado de férias com a família. Há casos de profissionais da Medicina que têm até dificuldades de manter a própria casa. A coisa mais rara do mundo de se ver, pelo menos no Brasil, é um deles andando de carro próprio. Parece até que os mesmos fizeram voto de pobreza. Coitados deles, como sofrem. A população pobre devia fazer rifas e bingos para ajudar estes abnegados a sobreviverem.

Enquanto isso, os pacientes de Calama, Demarcação, São Carlos ou mesmo das periferias das grandes e também em quase todas as pequenas cidades do Brasil, serão agora, por absoluta vontade própria, curados por “especialistas” locais. Como estas localidades não querem médicos de fora dando atendimento a seus moradores e como o Governo também “não permite isto”, os muitos médicos brasileiros que querem ir para lá ficam sem opção e a tendência é que possamos ter problemas em relação aos índices da saúde pública no país. A maioria dos médicos brasileiros não quer ir para o interior do país e nem para as periferias, só que também não quer deixar que outros médicos o façam. Competência nenhuma devia ter medo de concorrência. “Nem o Programa Mais Médicos é eleitoreiro nem a recusa dele pelos médicos brasileiros é sinal de corporativismo”. Ou seja: nesta absurda queda de braço entre Governo e médicos já se sabe quem será o grande perdedor. Nas próximas eleições vamos eleger só médicos. Assim como em Rondônia, e para o bem da nação, teríamos um Presidente da República que também se veste de branco e jamais defenderia o corporativismo.

 

*É Professor em Porto Velho.

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