A deputada federal Jaqueline Cassol (Progressistas) voltou a alertar a sociedade sobre a saúde mental da população. O assunto faz parte do mandato da deputada, que é relatora na Câmara dos Deputados do grupo de trabalho destinado ao estudo sobre aumento de suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre jovens brasileiros.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), com base em relatório científico publicado em março deste ano, a pandemia da Covid-19, desencadeou um aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo.
O isolamento social, restrições para trabalhar, medo de infectar outras pessoas, o luto, solidão e preocupações financeiras foram fatores de estresse, ansiedade e depressão, principalmente entre jovens e mulheres, os mais atingidos. Pacientes em condições físicas pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas foram incluídos nos grupos de mais propensos a desenvolver sintomas de transtornos mentais.
O setor da saúde foi um dos que mais recebeu recursos por meio do mandato da deputada Jaqueline Cassol. Em quase quatro anos como parlamentar ela destinou cerca de R$ 213 milhões para Rondônia, sendo que mais de R$ 76 milhões foram para programas de saúde pública nos 52 municípios do estado.
Durante uma entrevista para a rádio Boas Novas de Porto Velho, (RO), a deputada falou abertamente sobre saúde mental e sua preocupação em melhorar os atendimentos ao público carente. Jaqueline Cassol disse que a sociedade precisa romper o medo de falar sobre suicídio.
“Falar de saúde mental não pode ser tabu. Se você tem uma situação como essa não deixe de conversar com pessoas próximas. Porque trocar experiências é importante. Só o fato de falar com alguém, isso já ajuda. Muitas vezes o próprio paciente, ele tem tanta vergonha, que ele não tem coragem de abrir a boca pra falar e por isso precisa de ajuda. Eu falo por que eu já tive depressão. É um negócio que só quem vive sabe”, enfatizou.
A deputada disse que tem informações do Corpo de Bombeiros de Rondônia que os pacientes que tentam suícidio enfrentam dificuldades para receber atendimentos médicos. “Esse tentante (de suicídio) ele não tem a prioridade no atendimento. As vezes demora três, quatro, cinco, seis meses para passar pelo psiquiatra ou psicólogo. E essas pessoas não querem tirar a vida, eles querem acabar com a dor daquele momento. A gente tem que ter um atendimento diferenciado”, disse a deputada.
RONDÔNIA – A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada em novembro de 2020, relata que os casos de depressão em pessoas acima de 18 anos aumentaram cerca de 70% no estado de Rondônia, entre os anos de 2013 e 2019.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que em 2013 haviam 67 mil pessoas com depressão no Estado. Em 2019 esse percentual aumentou em 69%, totalizando 113 mil diagnósticos.
Em seis anos Porto Velho saltou de 4 mil pessoas com depressão para 21 mil. Segundo a PNS, 36,2% dos pacientes usaram medicamentos, 21,9% fizeram psicoterapia e 16,1% possuem grau intenso ou muito intenso de limitações nas atividades habituais.
ONDE BUSCAR AJUDA – A falta de dinheiro não pode ser impeditivo para procurar ajuda. Existem clínicas, hospitais e universidades que disponibilizam atendimento gratuito para a população, assim como o Serviço Único de Saúde (SUS).
No Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro em Porto Velho, funciona o Centro de Valorização da Vida (CVV). Pode ligar gratuitamente para o telefone 188.
A população em geral pode buscar atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) mais perto de casa.
Caps Três Marias
Avenida Dom Pedro II, nº 2687, bairro São Cristóvão – 3º Andar.
Telefone: 3901-2815
Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h
Caps AD
Avenida Guaporé n° 3929, bairro Flodoaldo Pontes Pinto
Telefone: 9 8473 2898
De segunda a sexta-feira, das 7h às 20h
Caps Infanto Juvenil
Avenida Dom Pedro II, nº 2687, bairro São Cristóvão – 1º Andar
Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h.
Telefone: 9 8473 6436