O recente caso de um estudante portador do Transtorno do Espectro Autista, que foi convidado a se retirar da escola por falta de cuidador, foi um dos temas que foram alvo de debates na sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Velho esta semana.
O caso aconteceu no retorno presencial às aulas na última segunda-feira 16.08 e ganhou repercussão nacional, quando a mãe da criança, fez um desabafo na rede social e o caso acabou virando manchete nos principais meios de comunicação de Rondônia.
Vários vereadores manifestaram sua indignação com o acontecido e alguns até repudiaram o acontecimento. O reinício das aulas presenciais não poderia teria sido mais frustrante, segundo alguns vereadores, ainda mais em uma instituição de renome, onde aconteceu o fato.
A vereadora Ellis Regina foi uma das que saiu em defesa dos autistas durante os debates, abordando inclusive a questão do Afeganistão, que foi tomado por rebeldes terroristas do Taliban, como bem lembrou, no início do debate, o vereador Dr. Gilber, Presidente da Comissão de Direitos Humanos.
“Ontem quando cheguei em casa fui assistir a TV eu disse: Meu deus do céu, como é que pode o sofrimento que essas mulheres estão passando, se aqui é tão difícil pra gente, avalie num país que não dá liberdade da mulher nem para ela se vestir”, disse ela ao lembrar das mulheres afegãs que são submetidas ao regime do terror desde quando nascem até o dia em que morrem.
A vereadora lembrou ainda do poder político dos membros da Casa nas decisões que impactam diariamente a vida do cidadão.
“Nós, enquanto parlamentares mirins temos muito que valorizar o que nos temos enquanto parlamentar, enquanto poder de decisão, enquanto poder de expressão. Esse poder de sentimento é que nós, enquanto parlamentares, não podemos deixar de sentir, de nos colocarmos no lugar de outras pessoas. Não só daquelas pessoas que estão passando por um momento muito triste como também questões que ocasionalmente acontecem dentro do nosso município”, ressaltou.
Ellis Regina não quis adentrar ao mérito sobre o nome da instituição onde ocorreu o caso da criança autista, que apenas serve de exemplo para uma realidade ainda maior. Para ela, quando o prefeito e o governador avisam sobre o retorno das aulas, eles têm que dar todo o aparato, tudo o que é necessário para retornar o ano letivo.
“Não quero aqui me referir à unidade escolar que é considerada padrão na qual todo mundo quer matricular o filho. Se lá está naquela situação, imagina naquela escolinha extensão do bairro mais periférico da nossa cidade, como não deve estar”, finalizou.