O cenário politico do estado de Rondônia irá encerrar o ano de 2020 amargando uma vergonhosa situação, a permanência do deputado José Lebrão (MDB) entre um dos 24 deputados da Assembleia Legislativo Estadual.
Lebrão foi gravado em vídeo pela Polícia Federal no momento em que recebia dinheiro desviado que em tese seria destinado para o serviço de coleta de lixo da cidade de São Francisco do Guaporé, onde sua filha era prefeita.
Nos relatos do inquérito elaborado pela Polícia Federal consta que Lebrão utilizou uma caminhonete da ALE/RO para ir até um escritório na cidade de Ji-Paraná, onde foi registrado o flagrante.
O mesmo dinheiro foi encontrado dias depois por agentes da Polícia Federal no forro da casa da filha de Lebrão. Todas as cédulas haviam sido digitalizadas pela PF antes de serem repassadas aos políticos envolvidos.
Mesmo com tantas provas e inúmeros indícios de que se utilizou do poder de deputado estadual para beneficio próprio, Lebrão permanece solene com o título de parlamentar, fato que impede a sua prisão.
Prestes a completar dois meses da deflagração da operação Reciclagem, que apresentou provas tão consistentes que mantém presa a maioria dos denunciados, a Assembleia Legislativa segue de forma morosa o processo de cassação do mandato de Lebrão.
Montado um mês após a apresentação das denuncias pela Polícia Federal, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa ainda levará ao menos vinte sessões para que o processo de Lebrão seja encaminhado para analise e votação, não passou de três sessões até o momento.
A certeza é que Lebrão terminará 2020 como deputado estadual de Rondônia, aliás, o mais votado entre todos os candidatos ao cargo na última eleição. Enquanto isso, a Assembleia Legislativa segue dando um claro exemplo de que a lei pode ser uma para todos, mas é aplicada de forma diferente para quem detém mandato.