De acordo com o membro da ALE/RO, as pressões surgem de todos os lados pela aprovação do projeto, inclusive por parte do Governo do Estado e pessoas ligadas ao consórcio
Foto: Divulgação
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Com o nível do Rio Madeira a 15 centímetros da cota de alerta e a possibilidade de famílias serem desabrigadas por conta dos riscos, o deputado estadual Hermínio Coelho (PDT) fez um apelo aos demais parlamentares:
“Não há a mínima possibilidade de aprovarmos o projeto de aumento do reservatório do lago da Usina de Santo Antônio neste momento sem cometermos, ao mesmo tempo, um crime contra a humanidade!”, disse.
E repetiu:
“Aumentar o reservatório da Usina de Santo Antônio é, sim, um crime contra a humanidade, pois seríamos completamente irresponsáveis ao relegar pessoas às consequências incalculáveis de uma enchente. O que aconteceu em 2014 é só a ‘ponta do iceberg’”.
Alerta
O nível do Madeira chegou aos 13,85 metros nesta sexta-feira (12). A Defesa Civil Municipal (DCM), que há pouco rechaçava preocupação com a possibilidade de uma nova enchente como a de 2014, mudou o tom da conversa após o avanço abrupto e rápido do rio, já admitindo o panorama do passado.
A preocupação da DCM gira em torno de um paralelo alarmante: a cota está um metro a mais que a registrada no mesmo período daquele ano.
Para Hermínio, se o Legislativo aprovar o aumento do reservatório da usina – discussão que ficou para as primeiras deliberações de 2018 – não estará apenas corroborando com a destruição de moradias e seus entornos, mas também dando aval para que os empreendimentos responsáveis não cumpram com suas obrigações sociais – o que jamais foi feito, segundo o deputado.
Pressão e lobby
De acordo com o membro da ALE/RO, as pressões surgem de todos os lados pela aprovação do projeto, inclusive por parte do Governo do Estado e pessoas ligadas ao consórcio. A intenção do consórcio é obter o aval para o projeto que visa o aumento da barragem de Santo Antônio em 80 centímetros a fim de instalar mais seis turbinas para operar na usina.
“Se isso (o projeto) passar, a problemática das alagações em Porto Velho se tornará caso irrecuperável de calamidade pública, ainda mais agora com a possibilidade de uma nova cheia tão grandiosa ou até maior quanto à histórica que vivenciamos em 2014”, asseverou Hermínio.
Usinas jamais cumpriram acordos
Os deputados sabem, segundo Coelho, que as usinas do Madeira jamais cumpriram com suas obrigações sociais, deixando a população desabrigada.
“Promoveram toda a sorte de destruição, acabaram com nossos recantos naturais, ganharam dinheiro aos montes com Rondônia e em troca fizeram o quê? Absolutamente nada!”, bradou.
E concluiu:
“O Parlamento deve seguir as recomendações do Ministério Público (MP/RO) e do Ministério Público Federal (MPF/RO). Não podemos ceder ao lobby do Governo de Rondônia e muito menos às pressões do consórcio”, finalizou.
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