Estupro tem relação com crise econômica, diz secretário da Segurança
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
Recém-empossado na Secretaria da Segurança de SP e responsável por definir a estratégia para reduzir o número dos casos de estupro no Estado, Mágino Alves Barbosa Filho afirmou ver relação desses crimes com a situação econômica do Brasil. Na quarta-feira (1º) no momento em que o chefe das polícias de SP concedia entrevista para o jornal "O Estado de S.Paulo" sobre esse desafio, milhares de mulheres protestavam contra o machismo e o estupro na Avenida Paulista. Questionado sobre os 3 mil casos de estupro registrados em São Paulo afirma que, "é um número que não se justifica, e é um tipo de crime muito difícil de combater". E explica: "Nesta quarta-feira (1º) levei uma estatística à reunião do Ministério da Justiça que impressiona. Somente 30% dos crimes de estupro são cometidos por pessoas desconhecidas da vítima. 70% dos casos são cometidos por alguém que a vítima conhece – seja por uma relação de parentesco seja por relação de amizade ou afetiva.
É um crime muito difícil de mapear. Diferente do crime de roubo, que se identifica os locais de incidência e age pontualmente. Nesses 30% que são cometidos por desconhecidos da vítima, a gente precisa incentivar essas mulheres a notificarem as ocorrências para poder haver uma ação mais eficiente. Mas infelizmente esse crime, como outros, é um pouco da consequência dessa crise que estamos vivendo".
Mágino relaciona o desemprego como gatilho para a violência sexual. "O camarada perdeu o emprego. Ele começa a se desesperar começa a beber. Um monte de gente, que nunca cometeria qualquer tipo de crime, hoje está praticando o pequeno ilícito e, às vezes, até esses crimes mais graves. O crime de estupro atualmente é um tipo mais aberto – aquele beijo forçado, uma situação de uma carícia imprópria configura o crime de estupro."
Polícia Técnico-Científica
Sobre relatórios de contas do TCE de anos passados que apontam falta de condições da Polícia Técnico-Científica, responsável por investigações e pelos IMLs – por onde passam as mulheres violentadas –, Mágino diz que "equipamento não é problema para nenhuma das nossas polícias". "Eles não estão na situação ideal, mas já nomeamos médicos legistas, peritos. Alguns estão terminando a academia e outra parte já foi nomeada. A carência de pessoal continua, mas diminuiu em virtude dessas nomeações", explica.
Veja também: Gastos sociais concentraram mais de dois terços das despesas da União em 2015
Quanto à medida que autoriza colocar as horas de folgas do policial a serviço do combate à violência doméstica, proposta pelo governo federal, o secretário entende que é um mecanismo já existente na polícia paulista. "E foi criado para atender a uma reivindicação das polícias."
Secretaria da Segurança
O secretário afirma que a pasta está finalizando ajustes para inserir no tablet dos policiais militares todos os registros e medidas restritivas envolvendo pessoas suspeitas ou acusadas de violência doméstica ou sexual.
A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.
Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!