Com medo de perder o que resta de popularidade, Gurgacz vota pelo impeachment
Foto: Divulgação
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“Quando tiveres duvida para que lado seguir, siga o povo”, disse sem convicção o senador Acir Gurgacz, parafraseando Leonel Brizola, em discurso no plenário do senado na tarde desta quarta-feira, quando votou à favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Gurgacz, que sempre foi aliado de primeira hora da presidente, relutou fortemente em tomar essa decisão. A população de Ji-Paraná teve um papel fundamental nessa mudança de conduta, antes da votação na Câmara dos Deputados, realizaram um buzinaço em frente à casa de Gurgacz, e o vídeo viralizou.O senador foi cobrado de norte a sul do Estado, por praticamente todos os segmentos, mesmo assim, ele relutou, chegando a mudar de ideia pelo menos três vezes.
Como sonha em disputar o governo de Rondônia em 2018 e avaliou que era uma batalha perdida, resolveu mudar de lado. Até o dia da posse de Lula como ministro, em uma solenidade que antes de terminar já tinha suspendido o novo cargo do ex-presidente, Gurgacz estava na primeira fila.O senador rondoniense tenta salvar o que resta de popularidade. Ele foi relator do processo das pedaladas fiscais e votou à favor da presidente, contra os técnicos do Tribunal de Contas da União. Gurgacz não viu crime nas manobras de Dilma. Em dezembro de 2015 na apresentação do seu parecer aos jornalistas, Gurgacz argumentou que é preciso ter cuidado para não criar, ao se reprovar as contas, uma jurisprudência que possa trazer um engessamento das administrações públicas nos três níveis: federal, estadual e municipal.
“Temos 14 estados que nesse ano não cumpriram a meta fiscal. Estados governados por vários partidos. Por isso a importância de fazermos um relatório baseado na legalidade, na Constituição e não só baseado no presidente atual mas na condição de gestão dos governos”, afirmou Gurgacz.O senador destacou que as ressalvas se referem, principalmente, às pedaladas fiscais praticadas por Dilma no ano passado e a falta de planejamento para quitar a dívida com restos a pagar de 2012 a 2014, além da falta de planejamento sobre o cenário econômico e fiscal projetado comparativamente ao comportamento da economia, o que, para ele, fragilizou a transparência da execução orçamentária e financeira.
“Estamos colocando que tem que se ter um planejamento. Essas contas precisam ser pagas e é preciso ter um planejamento para equilibrarmos nosso Orçamento”, disse. Ele, no entanto, afirmou não acreditar que essas contas podem ser ajustadas no próximo ano.Gurgacz minimizou ainda a gravidade da assinatura de Dilma a decretos não numerados, portanto, sem o aval do Congresso, liberando crédito extraordinário. É justamente a assinatura desses decretos que embasa o pedido de impeachment aceito pela Câmara dos Deputados.“Esses decretos estão autorizados pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e pela LOA (Lei Orçamentária Anual). Não há ilegalidade”, disse.
Questionado se temia ser tachado de ter feito um parecer contrário ao TCU e a favor da presidente Dilma, Gurgacz afirmou que tem um bom relacionamento tanto com o governo quanto com a oposição e defendeu que o Parlamento não é obrigado a seguir uma decisão do TCU, que é um órgão “assessor do Congresso”.“Por que tem que prevalecer o entendimento do TCU? Ele manda uma indicação para o Congresso. Quem vota está aqui. Esta é uma prerrogativa do Congresso Nacional”, disse.O senador afirmou ainda que seu relatório é técnico e está menos politizado do que o parecer do TCU. “Nosso relatório é técnico e pautado pela Constituição. Eu jamais faria algo em benefício do governo ou da oposição. Produzimos um relatório pensando no futuro do país”, disse.
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