ARTIGO - Algumas reflexões sobre a Advocacia - por Demétrio Laino Justo Filho

Da Redação

15 de Agosto de 2012 às 10:22

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ARTIGO - Algumas reflexões sobre a Advocacia - por Demétrio Laino Justo Filho

Foto: Divulgação

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Para o atual exercício da advocacia, penso que o profissional deve ter a consciência da contemporaneidade da sociedade na qual se encontra inserido, de seus problemas, desafios e entender o contexto para se fazer presente no cumprimento de sua missão social frente a relevante atividade exercida.

De nada adianta sua atuação profissional se não tiver a consciência social de forma permanente nas áreas de interesse da vida comunitária, na preservação dos direitos fundamentais, do efetivo exercício da cidadania, pois isso é que dará o desenvolvimento de sua atuação profissional.

Limitadas idas e vindas aos fóruns e repartições restringem sua atividade a mero despachante na resolução de entraves burocráticos que não dão o verdadeiro alcance da profissão.

No atual comportamento do ser humano num mundo globalizado e egoisticamente consumista, de relações superficiais, observo nos profissionais de minha classe que existe o bacharel em direito que logrou sucesso no exame e recebeu uma credencial para exercer a profissão e existe o ADVOGADO.

Note-se que na oração anterior evitei usar duas expressões as quais as tenho muito caras: advogado e OAB. E a diferença estabelecida não é sem razão. A sagrada expressão advogado evoca um sentido amplo no espectro da profissão e no contexto social, e isso também se dá na medida em que cumpre seu dever cívico de participar da vida corporativa e institucional e que poucos compreendem a sua importância, podendo-se até dizer que alguns que aí se inserem se satisfazem em ostentar os respectivos cargos considerando o seu exercício um fardo, deixando de cumprir com o papel que lhes foram reservados, sem dizer dos que se aproveitam para a exploração midiática e promoção pessoal, preocupados exclusivamente com temas distantes dos interesses da advocacia.

Não menos se pode dizer da Ordem dos Advogados do Brasil que, diferentemente de outros órgãos corporativistas, se identifica como porta-voz da sociedade quando busca o fortalecimento institucional e político e vira seus olhos para as causas sociais sem compromissos com grupos, pessoas, partidos ou facções.

Enquanto partícipe atuante na sociedade, o advogado merecerá o respeito dessa e com isso será notado como profissional que, em retribuição, certamente receberá a busca de seus serviços por aqueles que se vêem lesados em seus direitos.

O advogado há que ser, portanto , um ser de seu tempo, ou mais, para não dizer até que deve estar à frente de seu tempo, dado que tem que ser de sua essência o espírito de vanguarda da sociedade para abrir fronteiras e tomar iniciativas na liderança de avanços sociais.

A crise de valorização, respeito e credibilidade pela qual a profissão padece se dá na medida em que se dissociou o arcabouço orientador composto pelos normativos e pela doutrina da OAB das práticas diárias e das relações desta com a sociedade, e só se reverterá tal orientação se houver o favorecimento para a compreensão por parte da sociedade sobre seu papel institucional e social, o que refletirá na imagem do verdadeiro advogado.

Daí a necessidade da leitura correta do que ocorre para se projetar o futuro, cabendo ao advogado, enquanto arauto da liberdade, reorientar suas posições e ter uma visão estratégica da sociedade e da evolução de suas relações para oferecer sua contribuição para o bom funcionamento das instituições e da harmonia social.

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