Serviços decepcionantes - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Há uma indisfarçável decepção do consumidor rondoniense com os serviços que lhe prestados, tanto pelo setor público quanto por empresas terceirizadas.
Via de regra são, no mínimo, frustrantes, e não satisfazem à expectativa geral. É claro que há exceções. Alguns setores são relativamente bons, ou sofrivelmente regulares.
Prova disso pode ser observado no tratamento dispensado pela Eletrobrás Distribuidora (antiga CERON). De cada dez pessoas que procuram a empresa para reclamar o valor abusivo da conta de energia elétrica, nove saem insatisfeitas.
Há registro de um consumidor da capital, que procurou várias vezes a Eletrobrás para tentar reduzir a conta, cujo valor estava vindo nas alturas. Uma quantia abusiva considerada a quantidade de equipamentos que o cidadão tem em casa.
Depois de idas e vindas, tendo que esperar horas a fio para pegar uma senha, alguém o aconselhou a trocar toda a instalação de sua residência. Mesmo assim, a fatura não diminuiu um centavo. Pelo contrário, aumentou. Para ele, o problema está no medidor, mas a empresa se recusa a trocá-lo. Desesperado, o cidadão já não sabe mais a quem apelar na terra para resolver a situação.
Com queixas e protestos pipocando de todos os lados, a CUMPS (Central Única dos Movimentos Populares e Sociais de Rondônia), com outras entidades civis e religiosas, resolveu sair em defesa dos consumidores. Um abaixo-assinado vem correndo a cidade pedindo a volta dos medidores analógicos. O documento deverá se entregue ao Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Uma lei municipal, a partir de um projeto de lei do vereador Mário Sérgio (PMN), restringe a instalação de aparelhos que não sejam eletromecânicos, permitindo, assim, ao usuário, aferir a intensidade do consumo, mas a Eletrobrás insiste em desobedecer à legislação, colocando medidores digitais.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Tarifas de Energia apurou que, entre 2002 e 2009, houve um erro no cálculo dos reajustes das tarifas de eletricidade. Com isso, as concessionárias são obrigadas a devolve cerca de sete bilhões cobrados indevidamente dos consumidos.
Vê-se, pois, que há uma tremenda falta de respeito para com o consumidor, um desleixo administrativo incomum, onde as exigências são maiores e as punições uma utopia.
No fundo, predomina a certeza de que nada acontecerá aos que negligenciam um serviço essencial à sociedade, que paga um preço muito alto para tê-lo.
Daí a precariedade desses e de outros serviços, que põem à prova a paciência dos consumidores, homens e mulheres, imobilizados em seus direitos e frustrados em seu exercício de cidadania.
 
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