ARTIGO - Bater em mulher é mais fácil - Por Paulo Andreoli

Da Redação

12 de Maio de 2012 às 10:40

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ARTIGO - Bater em mulher é mais fácil - Por Paulo Andreoli

Foto: Divulgação

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A operação Termópilas da Polícia Federal em novembro do ano passado provocou novo desnudamento de práticas pouco republicanas no âmbito do Poder Legislativo rondoniense.

A primeira “bordoada” na casa do povo foi ainda na operação Dominó, quando o ex-deputado Carlão de Oliveira foi acusado de comandar quadrilha de deputados que dilapidava o erário. Vinte e três parlamentares foram acusados de diversos delitos, entre eles, de criarem cargos para funcionários fantasmas. Eles mesmos recebiam e descontavam os cheques salários na Factoring que fazia a lavagem do dinheiro. Picaretagem da grossa.

Desta vez a acusação é de que o presidente da casa, deputado “foragido” Valter Araújo(PTB) aliciava seus pares para "seguí-lo" com dinheiro desviado de empresas que prestavam serviço ao Governo de Rondônia. O dinheiro não era “roubado” dos cofres públicos da ALE/RO. É preciso ficar clara esta situação. A dinheirama vinha de empresas que detinham até então contratos públicos e não sangravam os cofres da casa de leis.

Acontece que o ex-presidente e também membro ativo da Assembléia de Deus é um homem perigoso, calculista, com índole criminosa personificada até de praticar (ou mandar) um homicídio. Vide as investigações da PF que detectaram que Valter deu ordem para fuzilarem um carro descaracterizado dos agentes federais. Também é voz corrente na capital, envolvimento de Araújo em crime de grande repercussão. Muitos apontam para o deputado foragido como suspeito pela morte do empresário do “Chopp do 4”.

Os empresários envolvidos na situação relatam extorsão de Valter, com arroubos de violência e ameaças veladas. Pela sua periculosidade, quando foi preso,o irmão Valter foi encaminhado ao presídio federal de segurança máxima. A conhecida máquina de fazer doido, que tem entre seus ilustres “moradores”, escórias do naipe de Fernandinho Beira-Mar. Quem era contra “o Valter”, realmente tinha motivos para se preocupar, inclusive os deputados.

Passados quase seis meses da Termópilas, fico observando a quantas a vida dos suspeitos. O parlamentar que está mais levando “porrada” é a deputada Epifania Barbosa do PT – Partido dos Trabalhadores. Parece que caiu no “gosto popular”.

Outros parlamentares estão saindo ilesos, sem nenhum “olho roxo”. Vide o deputado crente Flávio Lemos. Está “sossegado”, com certeza contribuindo com seu dizimo na igreja e até já perdoado pelos irmãos. E o Saulo da Renascer, com seus assessores filmados metendo a mão na grana do “Valter”. E o Zequinha Araujo? Até já abriu uma filial de sua fundação no centro da cidade, na rua Julio de Castilho. E o filho pródigo Jean Oliveira, que segue “os caminhos” do pai em visitas a superintendência da Polícia Federal? Tá tudo certo?

Fica a questão? Porque a Epifânia, (não morro de amores por ela) está sendo alvo contumaz da imprensa e parlamentares.

Até onde sei , dos sete deputados citados como suspeitos, a deputada é a única que não foi denunciada, diferente de seus companheiros de legislativo. Ela está no inquérito da Polícia Federal, colaborando para a elucidação dos fatos. Ou alguém dúvida do poder de Valter para conseguir o que queria? Perspicaz, literalmente uma mente brilhante voltada para o crime. Poderia Epifânia ser a diferença que levará a pontos obscuros da Termópilas?

Ou numa ótica mais simplista, Epifânia estaria levando mais “taca” do que os outros porque é mulher? Supostamente mais frágil e fraca para se defender? Ou ainda porque, diferente dos outros parlamentares, não foi identificado na sua conduta, indícios de corrupção. Porque transformaram a única parlamentar que não foi denunciada em alvo predileto? Para entrar na teoria da conspiração, seria uma retaliação orquestrada nos porões da Casa de Leis ou há interesses de suplentes?. Está estranha a situação, muito estranha...

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