O Brasil é o país das filas. Há fila para se conseguir uma consulta no posto de saúde. Fila para se retirar uns caraminguás no caixa eletrônico. Fila para se pegar um ônibus. Fila para se pagar as compras no supermercado, enfim, há fila para tudo.
Há fila, inclusive, para se conseguir uma vaga na rede pública de ensino, tanto em nível municipal quanto em nível estadual. E a via-crúcis começa ao anoitecer, entra madrugada adentro e vai até o amanhecer.
O fato de estar na fila, contudo, não assegura o direito a vaga. E aí muitos pais e mães deixam de matricular seus filhos. Em Rondônia, 57,1% das crianças entre 4 e 5 anos estão fora da pré-escola. Há um déficit de 23 mil crianças, segundo dados do Movimento Todos Pela Educação.
No estágio em que se encontra a sociedade, com os avanços tecnológicos nas mais diferentes áreas do conhecimento, é inadmissível que pessoas ainda sejam submetidas ao cansaço e à humilhação, depois de um dia inteiro de trabalho, de passar a noite em filas para tentar garantir uma vaga numa escola pública.
Segunda-feira (6), o prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, foi à Câmara Municipal, por ocasião da abertura do período legislativo, para falar sobre as ações e os projetos de seu governo para o exercício de 2012. Com relação à educação, Sobrinho garantiu que vai continuar investindo forte na construção de novas salas de aula. O mesmo vale para o governo do estado.
A julgar pelo que se tem visto em frente às escolas municipais o prefeito vai precisar multiplicar por dois a quantidade de salas construída de 2005 até hoje.
Caso contrário, o tumulto por um lugar nas filas, os bate-bocas e o desgaste, tanto daqueles que vão em busca de uma matricula quanto dos que deveriam atuar no sentido de providenciar para que isso não ocorra, continuarão sendo a tônica.