O Estado de Rondônia faz uma virada de ano em condições extremamente adversas, com graves problemas estruturais, com relevo para as áreas da saúde e segurança pública – isso para ficar apenas nesses dois exemplos. Nem falo da ausência de ética por parte de certos políticos e administradores na condução dos negócios públicos.
Mais perdido do que cego em meio a um tiroteio, o governador Confúcio Moura ainda não conseguiu tirar a nave estadual do chão, preso que está às amarras da politicagem partidária e do clientelismo nefasto. É o peso da incompetência impedindo que a máquina decole. Desde há muito transformado em poder subalterno ao executivo, com muitos de seus membros envolvidos até a medula em denúncias de corrupção, à Assembléia Legislativa falece a mínima autoridade para exigir o respeito da opinião pública.
Com seu comportamento subserviente, permitindo a intromissão do outro poder, a ALE não somente se amesquinhou diante do executivo, como também deixou de exercer a sua missão constitucional, frustrando, assim, a vontade popular que constitui seus integrantes. Por isso, colhe ela, hoje, o fruto amargo de sua semeadura maldita, calcada na política do “è dando que se recebe”, com muitos dos que lá têm assentos empenhados apenas em servir ao governo em troca de cargos na administração para acomodarem parentes e cabos eleitorais.
O recente espetáculo encenado por deputados ilustra bem essa realidade. Entretanto, o que mais entristece é saber que se não vislumbra o mais tênue fio de esperança de que o estado possa, a médio prazo, emergir das trevas da mediocridade e da corrupção para alçar vôos altaneiros. A situação pela qual passa Rondônia mostra-se grave e exige uma tomada de posição enérgica por parte de nossas autoridades. O governador Confúcio Moura precisa chamar a si a responsabilidade, cercar-se de pessoas que se destaquem pela sua dignidade, pelas suas virtudes, pelos seus méritos, pelo seu espírito público ou pelo seu trabalho em favor do povo, e cumprir aquilo que prometeu à população durante a campanha eleitoral, ou seja, uma “Nova Rondônia”. Caso contrário, Feliz 2013!