O clima esquentou na Assembleia Legislativa nesta semana, durante as sessões plenárias, deixando transparecer que não há tanta unidade como se imagina entre os deputados estaduais.
Na terça-feira (16), no encerramento da sessão, o deputado estadual Marcos Donadon (PMDB), diga-se de passagem um dos mais faltosos da Casa, reclamou com o presidente Valter Araújo (PTB), que os projetos em tramitação na Assembleia precisavam ser analisados com mais profundidade e votados com mais agilidade.
Foi o suficiente para uma resposta ríspida de Araújo: “se vossa excelência acompanhasse mais de perto as ações desta Casa, não iria cobrar uma coisa dessas. Tudo que chega aqui de iniciativa do Executivo, por exemplo, é votado com urgência, às vezes, até mais do que deveria”, esbravejou.
Donadon insistiu, dizendo que não se fez entender e tentou remendar: “Não quis dizer isso, mas sim alertar para a necessidade de mais celeridade e que os deputados tenham acesso imediato ao que está sendo discutido”.
O presidente repetiu que havia sim celeridade e mandou cortar o microfone de Donadon, que continuou falando, sem o áudio.
Nesta quarta-feira (17), o deputado estadual Lorival Amorim (PMN), aproveitou que o presidente Valter Araújo deu uma saída e saiu em defesa de Donadon. “Achei muito deselegante o presidente mandar cortar o microfone, durante a fala do colega deputado Marcos Donadon. Na verdade, a Casa precisa sim discutir mais o que está sendo votado e em tramitação na Assembleia”, comentou.
Imediatamente, o deputado Valter Araújo retornou ao plenário, o que deixou Lorival Amorim enrubescido. Araújo pediu que a deputada Epifânia Barbosa (PT), que comandava os trabalhos, suspendesse a sessão.
Todos os deputados foram à sala de reuniões, de cara fechada. A maioria descontente e a sessão foi retomada minutos depois e encerrada.