CRIME ECOLÓGICO - Por Valdemir Caldas

Preservar a natureza, sem condenar o homem à morte por inanição, é reivindicação da qual não se podem afastar as pessoas de bom senso.

CRIME ECOLÓGICO - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Preservar a natureza, sem condenar o homem à morte por inanição, é reivindicação da qual não se podem afastar as pessoas de bom senso. Ao mesmo tempo em que é compreensível colher os frutos do progresso, é indispensável oferecer condições de sobrevivência às populações nativas, muitas delas condenadas ao isolamento.
 
Manda a razão, portanto, que se cuide, desde já, de manter o homem do campo no seu habitat natural, não apenas por dois, seis, dez anos, mas pelas próximas gerações, o que só será possível se conservarmos a natureza adaptada às necessidades da vida humana. Essa, portanto, não parece ser a filosofia de trabalho da empresa contratada, segundo o vereador Jurandir Bengala (PT), pelo Consórcio Jirau Energia, responsável pela construção da hidrelétrica de Jirau, para recuperar a linha do “Bom Futuro”.
 
Quem for, hoje, a linha do “Bom Futuro”, tem a impressão de que houve um grande bombardeio no local. Somente carros com motores potentes conseguem transpor as crateras que se espalham ao longo da vicinal. Dezenas de árvores foram criminosamente derrubadas e parte do entulho jogado dentro de um igarapé. Isso, mesmo! Entupiram um manancial, próprio para o consumo humano e fonte de alimento para muita gente.
 
“Bom Futuro” é um trecho de 12 quilômetros de estrada (se é que se pode chamar aquilo de estrada), esquecido, desde há muito, pelas autoridades municipais. Começa no distrito de Jaci Paraná (distante 98 quilômetros de Porto Velho) e termina na margem direita do rio Madeira. Margeando o rio acima, num raio de dez quilômetros, moravam nove famílias de pequenos produtores, que sobreviviam da caça, da pesca e da criação de galinhas e porcos, além da produção de mamão, melancia, banana e abacate.
 
Entregues à sua própria desdita, muitos produtores foram obrigados a vender seus lotes, a preço de banana pobre, e vieram morar na cidade. A maioria já se arrependeu do desatino. Os poucos que resistiram à dinheirama do latifúndio improdutivo e, principalmente, ao abandono do poder público municipal, vivem praticamente isolados e o que produzem, com muito sacrifício, acaba se estragando, por falta de estrada para escoar seus produtos.
 
A esperança de alguns colonos era a de que, como resultado da contrapartida, o Consórcio Jirau Energia arrumasse a estrada, mas o que se vê, hoje, é desalentador, capaz de comover o mais empedernido dos corações, exceto, é claro, o de certas autoridades públicas, para as quais o povo só é lembrado em período eleitoral e a preocupação com o meio ambiente não passa dos discursos oficiais. O que fizeram na linha do “Bom Futuro” é um crime ecológico. Com a palavra, o Ministério Público de Rondônia.
Direito ao esquecimento

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