Petista quer acabar com o monopólio do transporte coletivo - Por Valdemir Caldas

O vereador e presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, o petista José Hermínio Coelho, quer mesmo acabar com o monopólio das empresas de transportes coletivos, que, segundo ele, manda e desmanda na capital. E o prefeito?

Da Redação

08 de Março de 2010 às 08:09

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Petista quer acabar com o monopólio do transporte coletivo - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Terça-feira da semana passada chegou ao plenário da Casa o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que decidiu rejeitar o projeto de Hermínio, cuja proposta conta com a simpatia de vários parlamentares, dentre eles os comunistas Cláudio da Padaria e Ellis Regina.

É provável que, nos próximos dias, o plenário resolva o que fazer da proposição de Hermínio. Aprovando-a ou rejeitando-a. Enquanto isso, os defensores do consórcio estão em polvorosa. E vão munir-se de todos os métodos para mantê-lo incólume, ainda que à custa do sofrimento dos que, desgraçadamente, dependem desse meio de locomoção.

Só discordo de Hermínio, porém, quando ele afirma que o sistema de transporte coletivo de Porto Velho é muito ruim. Engano, presidente, é péssimo. Um dos piores. Senão o pior. O senhor é que foi extremamente generoso no uso do adjetivo.

No entanto, o que mais revolta, é saber que o cidadão que prometeu extirpar essa enfermidade, ou seja, o prefeito Roberto Sobrinho, comporta-se como se vivêssemos no mundo encantado da fantasia, não movendo um palito de fósforo queimado para extirpar esse mal, que, desde há muito, vem corroendo a paciência da população.

Paradoxalmente, o usuário portovelhense paga uma das tarifas mais caras do país, para andar em ônibus imundos, velhos e caindo aos pedaços. Aqui e acolá, é fácil encontrar um deles pifado no meio do caminho.

Se quem nunca pôs os pés dentro de um ônibus coletivo anda irritado com os péssimos serviços prestados pelas concessionárias, o que dizer, portanto, do cidadão que é obrigado a esperar uma, duas e até três horas numa parada, para pegar uma condução.

A complacência do prefeito Roberto Sobrinho para com as empresa vem suscitando insinuações as mais variadas, que só contribuem para desgastar ainda mais a imagem da administração petista. Isso sem falar na incompetência que domina a Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SEMTRAN)

É inaceitável que alguém que se elegeu criticando as injustiças sociais e o predomínio dos mais fortes contra os mais fracos, não se condoa com o sofrimento de adultos, crianças e idosos, que todos os dias são massacrados, vilipendiados e desrespeitados em seus mais comezinhos direitos.

Não é por demais repetir, contudo, que a concessão para a exploração de transporte coletivo, segundo a Lei Orgânica de Porto Velho, está condicionada a prestação de serviços de qualidade, que assegure o bem-estar dos usuários quanto ao cumprimento de horário, abrangência de linhas, conforto dos veículos, capacidade de lotação, dentre outras exigências.

Em vez de ficar só nos discursos inflamados, que vão do nada a lugar nenhum, o prefeito deveria unir-se ao seu companheiro de partido e buscar, como prometera, em passado não muito distante, abrir concorrência para o setor, como manda a Lei Orgânica Municipal, que ele jurou cumprir.

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