Quando escrevi, semana passada, que a administração do prefeito Roberto Sobrinho (PT) é pródiga em fomentar escândalos, um petista, encastelado em um dos cargos comissionados da Câmara Municipal de Porto Velho, abespinhou-se. Novamente, para desespero do petista e indignação da população portovelhense, a prefeitura voltou a ser alvo de mais uma denúncia grave, envolvendo a contratação de duas empresas de engenharia, conforme matéria postada no site TUDORONDONIA e reproduzida no RONDONIAOVIVO. O escândalo já chegou ao conhecimento do Ministério Público Estadual, que prometeu investigar o caso.
A melancólica realidade pela qual passa o município de Porto Velho exige que o dirigente comunal venha a público prestar esclarecimentos à sociedade. É inaceitável que o prefeito se mantenha inerte diante de fatos extremamente graves. É inconcebível que pessoas que se julgam portadores de refinadas qualidades morais, intelectuais e idealistas, disponham de cargos públicos, sob o comando exclusivo de conveniências políticas ou partidárias, sem que nada nem ninguém as fiscalizem. Não é por demais repisar, contudo, que a qualquer homem público, ao tributo da honestidade, há que juntar-se a aparência de honesto. Sem isso, porém, dificilmente suas palavras e atos merecerão credibilidade perante a opinião pública.
Se, realmente, deseja fazer um governo para todos (como ele costuma dizer), merecedor da confiança popular e garantidor de seu bem-estar, Sobrinho precisa abandonar os discursos inócuos e voltar suas preocupações para o mundo real. Afinal, é disso que se nutre a carreira de um político, em qualquer lugar que tenha por importante a manifestação popular. A deixar a situação correr solta, logo, Sobrinho estará em maus lençóis. Até porque, quando os maus exemplos multiplicam-se, torna-se difícil obter das pessoas comportamento elogiável. Daí o enorme poder da corrupção, que acaba por alastrar-se e minar os mais profundos alicerces da sociedade.
A população tem o direito de saber o que aconteceu com a contração de duas empresas de engenharia, pela prefeitura, para a realização de obras de infra-estrutura, na capital, e se os eventualmente culpados, os que insistem em confundir o público com o privado, serão, de fato, castigados. Se ficar comprovada a denúncia contra membros da Coordenadoria Municipal de Licitação, órgão diretamente ligado à Secretaria Municipal de Administração (SEMAD), comandada por Joelcimar Sampaio, amigo do peito do prefeito Roberto Sobrinho, apenas ratificar-se-á a tese segundo a qual vivemos num País mesquinho de valores morais, onde muitos se acostumaram a mergulhar fundo nos mares da corrupção e da patifaria impunemente consentidas.