POLÍTICA & MURUPI – Por Léo Ladeia

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Foto: Divulgação

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Frase do dia:
"Hoje, usamos apenas um terço de nossa capacidade hidrelétrica. ...Mas as dificuldades criadas pelo Meio Ambiente criam embaraços para a construção". – Edson Lobão, Ministro de Minas e Energia detonando o colega Carlos “Midia” Minc
 
01 – A Jihad contra o ENEM
Uma guerra santa foi deflagrada por integrantes da Unir contra o Enem trazendo o sistema de acesso – sem vestibular – como pano de fundo. Que papelão assumiu a universidade pública no debate sobre a educação no país: cotas raciais, Enem, fundações e verbas. Salvo raras exceções, acomodaram-se com a baixa qualidade do ensino pré universitário ou o futuro da universidade. A pesquisa – se e quando existe – carece de estímulo. As fundações se tornaram mais relevantes que a academia mas, o pires na mão e a caça aos caraminguás são reveladores da sua dependência. Com esses problemas e como receptáculo do monstro gestado pelo ensino médio, não há sequer como esperar outro nível de debate. Claro que a academia pode atuar para sair do atoleiro e se reinventar. É o desejável mas..., como?    
 
02 – Autonomia, envolvimento e mérito
Para fugir da camisa de força do governo paquidérmico, as universidades públicas criaram as fundações e ganharam uma autonomia relativa, o que é quase o mesmo que nada, posto que o grande financiador permaneceu o governo. Deixaram de fora, as forças de produção e o incentivo às doações, um gargalo que sequer tangencia o debate, salvo em centros de excelência de pesquisa, onde não faltam recursos para bancar bons mestres e doutores. A meritocracia que faz com que um professor obtenha na rede privada um resultado superior ao que conseguiria na rede pública, mostra que o erro está no sistema público que inibe a criatividade do mestre. De outro lado, empresas de diversos setores desejam ter acesso aos resultados da pesquisa, desde que voltados às suas necessidades mas, a academia pública não enxerga essa via de duas mãos e se perde na discussão de cotas raciais, enems, conselhos, etc., tão importantes quanto o sexo dos anjos. Aí tudo fica muito mais difícil.  
 
03 – Pensando grande
Enquanto a “meia dúzia de seis pessoas” perde tempo com uma discussão infrutífera sobre como, quando e para onde mudar a ponte da BR 319, o prefeito Roberto Sobrinho se reúne com Miguel de Souza do Dnit, para decidir o traçado do Contorno Norte de Porto Velho, obra que deverá retirar do centro da cidade o trânsito pesado de carretas, viabilizar o acesso ao porto que será construído próximo à comunidade de Porto Chuelo e resolver para sempre as necessidades do Bairro Nacional com sua Estrada do Belmont. Esquecem os imediatistas que uma cidade é um organismo vivo que depende de planejamento e projetos para crescer. Foi-se a era dos remendos. A cidade cresceu, o paliativo já não resolve mas, entre pensar e jogar pedra, a segunda opção é mais divertida. É que tem gente que acha que pensar dói.
 
04 – Barbárie no ônibus
Era previsível. Da forma como o assunto vinha sendo conduzido, em determinada hora iria acontecer e infelizmente aconteceu. E o momento crucial foi quando se quis dar um toque de legalidade a uma atividade sabidamente ilegal e que acabou gerando um enfrentamento, com ingredientes puramente passionais e políticos travestidos de luta sindical. Um erro que afastou qualquer possibilidade de manobra para uma solução pacífica, duradoura e legal. Os ônibus queimados e o terror instalado entre os motoristas e cobradores em nada vão ajudar aos mototaxistas, motoristas de ônibus e taxistas. Cabe à polícia investigar, identificar e punir com rigor os culpados. Chega de barbárie. Porto Velho não precisa conviver com isso. 
 
05 – Mototaxistas
A Câmara de Vereadores de Porto Velho, após decisão do vereador Jean Oliveira de retirar o projeto sobre a atividade de mototaxistas, considera que os vereadores deram um basta na discussão até que haja o posicionamento federal sobre o assunto. "Esperamos que com isso Porto Velho não viva essa insegurança que está tendo praticamente toda semana e nós não tenhamos que estar vendo um verdadeiro terrorismo na cidade com incêndios a ônibus coletivos, prédios públicos sendo alvejados e pessoas sendo ameaçadas de morte como vem ocorrendo" disse o presidente Hermínio. Também isso era previsível. Volta tudo à estaca zero, menos a lembrança do terror na cidade. Isso ainda vai demorar um bocado.
 
06 – Reagindo
Escalado para “pushing ball”, parece que Roberto Sobrinho cansou de apanhar e inverteu os papéis. Após visita ao motorista que sofreu graves queimaduras, no incêndio criminoso do seu ônibus, Roberto pôs a boca no trombone: “Passou da hora do governador assumir sua responsabilidade para com a segurança pública. Chegamos a um ponto de vulgarização da violência no qual até a sede do MP foi alvo de disparos criminosos. Nos bairros explodem os casos de roubos, furtos, estupros, assassinatos. Enquanto isso, frente ao caos, o cidadão de bem, impotente, é obrigado a se autoprisionar em casa, enquanto o governo não consegue reagir e encontrar uma resposta rápida. Estamos pedindo socorro. Falta planejamento e política de ação de combate à marginalidade. A Segurança Pública está sucateada. Faltam viaturas, policiais e sobram discursos raivosos, porém vazios”. O “pushing ball” pegou justo.
 
07 – Missa encomendada
Uma ação orquestrada por ONGs ambientalistas e com o apoio luxuoso do Carlos “Mídia” Minc do Ministério do Meio Ambiente, pode fazer um strike no agronegócio de Rondônia no médio prazo. A ação começou com o seqüestro e leilão do tal “boi pirata” do Pará, o que lhe empresta a aura de credibilidade e avança para a fase mais generalista, onde o “boi pirata” é substituído pelo “boi verde”, como se toda produção da região ocorresse em terras griladas. O erro de interpretação, comum nessas ações, precisa ser visto, antes que o pior aconteça. O “boi pirata” existe também em Rondônia. Quem o produz está na ilegalidade e, portanto, deve ser identificado e punido. Nossa pecuária precisa passar pelo expurgo para continuar legal e sustentável. Mas, devagar com o andor que o santo é de barro. Generalizar nunca.
 
08 – Operação abate
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal iniciaram hoje, um rigoroso “baculejo” com 15 mandados de prisão preventiva, 7 mandados de prisão temporária, e 43 mandados de busca e apreensão na sede da Superintendência Federal da Agricultura em Rondônia, na residência de vários investigados e na sede de diversas empresas envolvidas no esquema criminoso de facilitação da venda de gado. Frigoríficos, laticínios, curtumes e um forte grupo de Mato Grosso entram na dança. A operação se estende por 7 estados além de Rondônia e o “bacu” envolve um efetivo total de 250 policiais federais, 65 viaturas. Talvez essa operação consiga revelar alguns segredos guardados a trocentas chaves aqui em Rondônia, como o deságio no preço da nossa carne. Seria um duro golpe contra o cartel. Eu quero é mais.
   
09 – Piseiro publicitário
Um “rififi” acabou acontecendo na Câmara de Vereadores quando um dos seus membros foi abordado por uma pessoa da “impren$a”, que queria receber “algum” pelo que veicula lá pelo seu veículo. Ora, como a Casa dispõe de verba para publicidade, como existe ou pelo menos deveria existir, uma agência de publicidade para tratar do assunto e logo, a cobrança era desprovida de qualquer sentido, o assunto foi encaminhado à Mesa Diretora. E foi aí que o “bicho pegou geral”. Bem, o fato não chega a ser uma raridade, haja vista que as verbas de publicidade de governos e órgãos públicos continuam sendo tratadas como um feudo e enfeixadas numa só mão para a partilha. Zé de Nana diz sempre que “quem parte, reparte e fica sem sua parte é burro ou não tem arte”. A coisa foi rápida. Bastou um telefonema e o artista apareceu e num passe de mágica deu sumiço no assunto. Mas a saia foi justíssima.
 
10 – Vai faltar ventilador
Vídeos e gravações entre envolvidos na suposta compra de votos e o gerente da Eucatur é a nova linha de defesa do Senador Expedito. A aposta é que o TSE mande apurar o teor das gravações o que, em tese, adiaria o julgamento marcado para ocorrer hoje. O rolo de cobra é tão grande que ninguém em sã consciência se arrisca a dar um palpite, até porque um juiz é que irá decidir se aceita ou não as gravações como fato relevante ao processo. E como diz o filósofo Cassol, “Da cabeça de juiz...” Deixa quieto. Do que li e vi, pode até faltar ventiladormas, matéria prima tem de sobra. E na avaliação do Zé de Nana, “a cobra vai fumar”. Passo.  
 
Porto Velho, 061609
 
 
 
 
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