Temendo a cassação, Cassol prepara Neodi para substituir Cahulla no projeto sucessório - Por Paulo Queiroz

Temendo a cassação, Cassol prepara Neodi para substituir Cahulla no projeto sucessório - Por Paulo Queiroz

Temendo a cassação, Cassol prepara Neodi para substituir Cahulla no projeto sucessório - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos

1 – CASSOL E NEODI

As explicações para a deserção do deputado Tiziu Jidalias (às turras com o PMDB) da liderança do governo na ALE, bem como da Comissão de Fiscalização - que, por emanações do Executivo, foi reativada para investigar instituições hostis -, devem ser procuradas no cenário montado pelo governador Ivo Cassol (afastado do PPS), nesta segunda-feira (01), no auditório do Palácio Presidente Vargas, para, diante da imprensa convocada especificamente para este fim, proclamar como mais uma das suas vitórias a sentença do Tribunal Regional Federal (TRF) que suspendeu a decisão local que o afastava do cargo por 90 dias. Mas o que os glúteos têm a ver com os culotes? È o que adiante se verá.

Na convocação da entrevista, uma das disposições era a de que o governador Ivo Cassol falaria aos jornalistas secundado pelo vice-governador João Cahulla (PPS) e pelo presidente da ALE Neodi Oliveira (PSDC). O mau tempo atrasou o vôo de Cahulla e o encontro terminou acontecendo tendo como protagonistas apenas os Chefes do Executivo e do Legislativo. Com um adendo: afora o assunto para a qual havia sido especificamente convocada (a decisão do TRF), a imprensa foi não apenas liberada, mas até estimulada a esclarecer as notícias segundo as quais Cassol estaria por trás de uma campanha objetivando desestabilizar Neodi por conta das iniciativas do PSDC no sentido de empinar uma pré-candidatura deste ao governo, contrariando o projeto da predileção palaciana - que prevê a candidatura de Cahulla à sucessão em 2010.

Pelo que se disse durante o encontro, as relações entre Cassol e Neodi, quer pessoais ou políticas (principalmente), não apenas nunca estiveram tão boas e tão estreitas como, daqui para frente, o governo deverá se esforçar para evidenciar isso junto à opinião pública. Ou seja, em vez de crise entre Cassol e Neodi, o que há é a afirmação de uma parceria. Mas como? Se o PSDC não desistiu da pré-candidatura de Neodi ao governo e Cassol nem por hipótese abre mão do seu projeto com Cahulla?

2 – MÁXIMA PREVIDÊNCIA

Uma primeira leitura confere ao governador uma capacidade de previdência para lá de insuspeitada. Dado que Cassol não tolerará a montagem de dois palanques governistas no primeiro turno de 2010, a primeira hipótese que permitiria a coexistência de duas pré-campanhas (a de Cahulla e a do PSDC) sob as abas do chapéu governamental indica que o Palácio está longe de descartar a cassação do mandato do seu principal inquilino pelo TSE. Ou seja, na hipótese de que possa ser apeado do cargo – e junto com ele, o vice -, Cassol sepultaria o projeto Cahulla e escalaria Neodi para disputar a sucessão no palanque oficial. Faz sentido.

Como já se falou aqui em ocasião recente, uma das razões – senão a principal – que explicaria por que o governador se apega com tanta tenacidade à candidatura do vice diz respeito à garantia de que esta é a melhor alternativa para tentar preservar a integridade do grupo situacionista no horizonte de 2014, em que Cassol planeja empreender seu retorno ao Palácio Presidente Vargas. Qualquer outro nome do grupo bancado pelo governo em 2010, se eleito, sentir-se-á compelido a disputar a reeleição quatro anos depois, não importando se contra Cassol - inclusive. Menos Cahulla.

Ocorre que, em outubro do ano que vem, depois de ter assumido o governo em abril com a desincompatibilização do titular, Cahulla já estará, de direito, disputando a reeleição. Caso vitorioso, não poderá mais fazê-lo em 2014, possibilitando o empreendimento de Cassol nas condições planejadas.

Mas e se o TSE desalojar Cassol e seu vice? Caso a decisão anule a eleição de 2006 e seja pacífica uma nova candidatura de Cassol já em 2010 – a exemplo do que tentará o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) na Paraíba -, tudo bem. Mas está difícil. O certo é que, nestas circunstâncias, mantido o que foi dito, se Cahulla for eleito fora do cargo em 2010 estará liberado pela lei para tentar a reeleição em 2014. Fidelidades têm limites e é por isso mesmo que Cassol não confia nem na sombra.

3 – NOVA CONJUNTURA

Tudo indica que, na hipótese de cassação da dupla num dia, no outro Cassol descarta o projeto Cahulla e imediatamente o substitui pela alternativa Neodi. Eis que, nesta situação, o substituto de Cassol será eleito pela ALE entre seus membros. Isso mesmo, leitor, nas atuais condições de temperatura e pressão, Neodi Carlos Francisco Oliveira. Ao qual, a partir daí, se aplica tudo que foi dito em relação à Cahulla. Ou seja, eventualmente no cargo de governador, em 2010 o que poderá disputar em outubro já será a reeleição, obrigando-se a passar a peteca a Cassol em 2014.

Mas e se Cassol não for cassado, por que o governo desperdiçará energia estimulando duas pré-campanhas (a de Cahulla e a de Neodi), se isto só aumenta o risco de um racha na hora da onça beber água? Aí é que está. Nessa hipótese, o projeto Cahulla está mantido e, como volume de trabalho do PSDC e o investimento governamental em Neodi mais do que justificam, rifa-se a cogitada postulação de Tiziu Jidalias à segunda candidatura do palanque oficial para o Senado e, em seu lugar, abre-se a possibilidade para o nome do presidente da ALE assumir essa empreitada.

Indícios de que o Palácio já esteja trabalhando com esse novo algoritmo é que não faltam. Entre eles, as deserções de Jidalias das missões a ele confiadas por Cassol. Interessante é que no PSDC há resistências das quais jamais se desconfiaria. Teme-se que o plano de Cassol dê certo. Ou seja, suspeita-se que, uma vez senador, extinguem-se as possibilidades de Neodi um dia ser governador.

Tais receios dizem respeito às enormes possibilidades de Cassol eleger-se senador e, a despeito da quase certa reeleição do senador Valdir Raupp (PMDB), levar o parceiro junto. Tal como ocorreu em 1994 com a quase certa reeleição do senador Amir Lando (PMDB) no auge do seu prestígio (auferido na esteira da rumorosa cassação de Fernando Collor). Na ocasião, José Bianco elegeu-se senador e levou junto Ernandes Amorim. Enfim, é por aí esta nova conjuntura.

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