Política em Três Tempos - Roteiro de Heloísa Helena nesta sexta-feira inclui visita ao MCC acampado no Incra - Por Paulo Queiroz

Da Redação

14 de Maio de 2008 às 11:18

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Política em Três Tempos - Roteiro de Heloísa Helena nesta sexta-feira inclui visita ao MCC acampado no Incra - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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1 – HELENA DO P-SOL Terceira colocada nas eleições presidenciais de 2006 e aparecendo nas atuais sondagens para presidente em 2010 com até 20% das intenções de voto, a ex-senadora Heloísa Helena, presidente nacional do Partido Socialismo e Liberdade (P-SOL), desembarca nesta sexta-feira (16) em Porto Velho – às 12h40 segundo previsão – para, entre outras providências, dar por instalada, de fato e de direito, a secção rondoniense do partido político criado por ex-militantes do PT irresignados com os rumos tomados pelo petismo com a posse de Lula da Silva na Presidência da República e a partir da expulsão da então representante alagoana da legenda no Senado Federal. Não obstante o P-SOL de Rondônia ter disputado a eleição de 2006, o caráter provisório da sua existência legal contraria os princípios de autodeterminação, independência e liberdade que seus estatutos valorizam, não bastasse deixar a legenda vulnerável às investidas equivocadas de interesses cartoriais, razão pela qual o presidente regional eleito da Executiva rondoniense da sigla, professor Adilson Siqueira de Andrade, enxerga na presença de Heloísa Helena na posse do Diretório Estadual do P-SOL de Rondônia uma força simbólica indispensável para ajudar na construção do partido junto à comunidade local. O roteiro de Heloísa Helena na capital inclui, após recepção no aeroporto Jorge Teixeira, carreata pela Avenida Lauro Sodré, no intercurso da qual a dirigente socialista visitará os integrantes do Movimento Camponês Corumbiara (MCC) do pré-Assentamento Flor do Amazonas, que ocupam uma área da fazenda Urupá no município de Candeias do Jamari desde 2002, atualmente acampados em frente à sede da Superintendência do Incra/RO. Dando seqüência a sua visita a Porto Velho, Heloisa Helena concederá entrevista coletiva à imprensa às 13h30, na Câmara Municipal, onde dará posse ao Diretório Regional e encerrará a Convenção Estadual do P-SOL. Um ato público previsto para as 17h30, na Praça Aluízio Ferreira, concluirá a visita. 2 – PRINCÍPIOS MAIORES Para os psolistas, a presença da dirigente aqui tem uma importância crucial, qual seja, a de esclarecer à militância, num dos momentos mais significativos da inauguração da sigla no Estado e por intermédio da sua liderança originária maior, não apenas os compromissos e padrões de procedimentos da agremiação frente ao processo eleitoral, mas, sobretudo, os fundamentos que justificam a existência do partido no processo de luta pela libertação dos oprimidos do país e de mudanças políticas na sociedade brasileira. Nesse sentido, conforme Siqueira, Heloísa Helena reiterará que o P-SOL ancora seu programa na negação da acomodação à ordem burguesa e ao mesmo tempo desenvolve, enquanto estratégia de acumulação de forças, elementos organizativos, ideológicos, sociais, políticos e econômicos voltados para a edificação da revolução socialista. Algo acerca de que não deverá restar dúvida após a Convenção do P-SOL, de acordo com Siqueira, diz respeito aos pontos a que cada um dos candidatos do partido se obrigará indispensavelmente a observar, conforme está explicitado na “Carta-Compromisso” aprovada na Conferência Nacional Eleitoral. De acordo com o documento, cada candidato do P-SOL, aqui e em qualquer lugar, assinará uma declaração em que assume o compromisso de: 1 - Agir coletivamente, a partir de idéias e causas emancipatórias, sempre de acordo com o programa partidário, em intransigente defesa do interesse público e da elevação da consciência política popular, sobretudo das maiorias espoliadas e empobrecidas; 2 - Estimular permanentemente a organização autônoma dos trabalhadores e do povo, no seu local de moradia, trabalho e estudo, de modo a que, como sujeitos coletivos, tornem-se os principais protagonistas da conquista e manutenção de seus direitos, ameaçados pela hegemonia neoliberal e pelo absolutismo de mercado; 3 – CARTA-COMPROMISSO 3 - Não reprimir, no exercício de mandatos no Executivo, os movimentos sociais, sem requerer reintegração de posse de terrenos ocupados por trabalhadores sem-teto e sem-terra, principalmente em áreas privadas ociosas, não acionando dispositivos policiais contra greves e não cortando o ponto de servidores públicos em paralisação por suas justas reivindicações, desde que todas estas ações sejam expressões legítimas da classe trabalhadora, sem manipulações de patrões, governos adversários ou setores do latifúndio e da especulação imobiliária. 4 - Combater o individualismo, o personalismo, o carreirismo e o caciquismo que prosperam na política institucional brasileira, valorizando a atuação de grupos e classes sociais oprimidos e buscando ser sua representação legítima, sem substituí-los; 5 - Promover total transparência da minha situação patrimonial e dos recursos arrecadados e gastos na campanha, com prestação de contas periódicas, bem como das receitas e despesas do dinheiro público no exercício do mandato; 6 - Estimular, para as campanhas, as doações cidadãs de pessoas físicas, examinando criteriosamente eventuais contribuições de pessoas jurídicas, excluídas as vedadas pelo estatuto partidário - bancos e multinacionais - e as de empresas com contenciosos trabalhistas e ambientais; 7 - Cumprir as obrigações partidárias, militando em núcleos e outras instâncias, a quem o mandato deve servir, e prestando contas dele em reuniões plenárias, com constante interlocução com a população, e contribuindo regularmente com o partido, de acordo com o disposto pelo estatuto e normas complementares; 8 - Combater a ascendente demagogia eleitoral, denunciando os crimes de compra de votos, promessas de ganhos e benefícios individuais para os eleitores, os abusos do poder econômico e a utilização de cabos eleitorais pagos; 9 - Articular, na campanha, uma proposta política que não dissocie o município das questões nacionais e mundiais, contribuindo pedagogicamente para uma visão sistêmica, sem desprezar o imediato e a importância de conquistas concretas para os trabalhadores, com melhorias reais em suas condições de vida.

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