Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – CLOSS E A POEIRA Más notícias para o advogado João Closs Júnior – tributarista de boa cepa e calejado estrategista de campanhas eleitorais vitoriosas do pedaço. Pouco antes de começar o período das chuvas, Closs andava se queixando de que Porto Velho voltara a ser uma cidade tão ou mais poeirenta do que no início da década de 80, quando a quantidade de ruas pavimentadas por aqui não chegava a dezena. No verão do ano passado, porém, João Closs identificara no prefeito Roberto Sobrinho (PT) o grande culpado pelo retorno da poeira, porquanto no seu entendimento a capital jamais experimentara tamanho reboliço por conta de obras da prefeitura de uma ponta a outra da cidade. Pois bem. De acordo com auxiliares do prefeito petista, se comparadas com as que estão por vir, as obras de 2007 foram apenas um aperitivo diante do banquete que está para ser servido ao longo do ano que está começando. Haja poeira! Noves fora a “boutade”, não há exagero algum na metáfora. Nesse sentido, há quem diga que o próprio Sobrinho até se arrisca a sair do sério com declarações do tipo “Nunca o município recebeu tantos recursos. Faço questão de que não só as entidades constituídas, como o empresariado e a sociedade em geral, acompanhem a aplicação destes recursos”. Como essa aí, extraída de um dos comunicados da assessoria de imprensa do Palácio Tancredo Neves informando sobre encontro de Sobrinho com representantes do empresariado local para falar sobre os recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados pelo governo federal à capital rondoniense. O normal, mormente considerando o viés político do gesto, seria dizer que o caixa é menor do que a boataria supõe, de modo a não criar e alimentar expectativas superlativamente mais elevadas do que o recurso pode realizar. Mas seja porque o assunto escalou o noticiário nacional ou porque Sobrinho elegeu a transparência como uma das marcas da administração, o fato de a Prefeitura porto-velhense estar nadando em dinheiro não é segredo para ninguém. 2 – RECURSOS DO PAC De fato. Levantamento feito pelo jornal “Folha de S. Paulo” no volume “per capita” de recursos para obras nas 26 capitais estaduais mostra que a campeã é Porto Velho (RO). São, de acordo com a publicação, R$ 904,57 repassados pelo governo federal por habitante. No total, segundo o próprio Roberto Sobrinho, serão investidos em obras de saneamento e água tratada 645,4 milhões, o que faz de Porto Velho, proporcionalmente, a capital melhor contemplada com recursos federais dentro do PAC, para os dois setores. Em termos de água tratada, estão sendo anunciadas duas novas unidades de captação, uma no Rio Candeias, e outra no Rio Madeira, para abastecer as zonas Leste e Sul da cidade. E só para as obras de esgoto, os investimentos vão girar em torno de R$ 351 milhões. Nas explanações que tem feito sobre o assunto para públicos variados Sobrinho tem explicado que os recursos do PAC serão investidos em saneamento, urbanização, construção de unidades habitacionais para pessoas que moram em áreas de risco (às margens de canais e igarapés), além da expansão das redes de água e esgoto para toda a cidade. Fala ainda sobre os projetos já em execução pela Prefeitura, em três frentes de trabalho: preparação da mão-de-obra, através do Plano Setorial de Qualificação (Planseq), obras de infra-estrutura realizadas pela Prefeitura em vários bairros, com custo aproximado em R$ 100 milhões, e as ações desenvolvidas junto ao empresariado local. Além de obras que vão beneficiar o setor viário da cidade, como a abertura da avenida Pinheiro Machado, até a Mamoré, e a construção de viadutos que ligarão a Jatuarana à Rio Madeira e ao Trevo do Roque. E por aí vai. Não admira, portanto, que esteja difícil de enxergar páreo à altura do prefeito Roberto Sobrinho para enfrentá-lo no pleito de outubro, quando disputa a reeleição como franco favorito absoluto. Hoje, em termos de popularidade na capital, apenas o governador Ivo Cassol teria condições de emparelhar com o petista – e olhe lá. 3 – ALIANÇA (IM)PROVÁVEL Como Cassol não é candidato a candidato, imagina-se que seu apoio – desde que firme, resoluto e verdadeiro (para o que der e vier, por assim dizer) – possa ser suficiente para amparar uma postulação capaz de confrontar a plataforma de reeleição de Sobrinho de modo a, se não ganhar, ao menos não fazer feio. Cientes dessa avaliação, os interessados já não cabem na fila. Entre todos, no entanto, o que tem mais possibilidades de construir uma candidatura competitiva é o deputado federal Lindomar Garçom (PV), vice-campeão de votos na última eleição em Porto Velho, com 12,96% dos votos válidos da capital – atrás apenas do deputado Mauro Nazif (PSB), que cravou 18,18% dos votos válidos da localidade. Por isso mesmo, ou seja, justamente porque o projeto da reeleição petista é considerado pule de 10, tão grande quanto a fila de postulantes ao apoio do governador Cassol é a fieira de interessados na candidatura de vice na chapa de Sobrinho. Pelo que está visível no algoritmo da administração municipal, sabe-se que o prefeito trabalha com a perspectiva de subir nos palanques escoltado por pelo menos duas legendas fora do arco tradicional de alianças do PT local – quais sejam, o PMDB e o PDT. Mas, em função de eventuais superdimensionamentos nas expectativas de espaços mais alentados, pode encabeçar um projeto partidariamente tão raquítico como o de quatro anos atrás. Nesse sentido, o partido que aparentemente tem mais chances de ocupar a candidatura de vice é, por paradoxal que possa parecer, o que está mais perto de ficar fora da chapa – o PMDB. Primeiro porque, em caso de aliança, o nome da predileção do prefeito Sobrinho – o do vereador Emerson Castro – não o é da direção municipal da sigla (que tende a oferecer o do empresário Fernando Prado). Depois porque a fatia reclamada pelos peemedebistas de Porto Velho no eventual segundo mandato petista é muito maior do que a que está nos planos de Sobrinho. Por fim, o que não faltam são intere$$e$ numa candidatura vivandeira.
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