1 – EMERSON CASTRO
*Anda brilhando como poucas do pedaço, nestas derradeiras semanas de 2006, a estrela política do empresário Emerson Castro (PMDB). Começa que, na condição de primeiro suplente de vereador da Capital da coligação peemedebista, acabou por ascender ao cargo de forma definitiva na vaga aberta com a cassação, no mês passado, pela Justiça, do mandato do agora ex-vereador Ramiro Negreiros (PMDB). Depois, no que diz respeito ao PMDB, tornou-se peça fundamental nas negociações que o prefeito Roberto Sobrinho (PT) andou conduzindo para costurar a reforma do secretariado porto-velhense. E para fechar o ano com brilho fulgurante, está instalado, desde o primeiro dia do mês (sexta-feira), na titularidade da Secretaria Municipal de Esportes (Semes).
*Independente da capacidade administrativa que leva da experiência privada, da estreita relação com as atividades do setor e dos projetos afins que vem trazendo na bagagem, o significado político do gesto, segundo a fonte destes “Três Tempos”, foi o fator que mais pesou na tomada de decisão. Mas de acordo com a informação, não foi fácil. Tinha como opção, com poucas chances dadas ao imprevisto, ser eleito presidente do PMDB de Porto Velho após a convenção municipal da legenda, programada para o próximo domingo (10).
*Quanto à direção da seção peemedebista da Capital que andava postulando, Emerson Castro mais do que teria feito por merecer - na avaliação de um dos quadros mais tradicionais da legenda em Porto Velho. Conforme este veterano conhecedor dos bastidores peemedebistas do município, coube ao empresário conceber e conduzir a engenhosa operação que vai permitir, pela primeira vez na história do PMDB porto-velhense, que todas as correntes do partido estejam contempladas no Diretório Municipal a ser eleito no próximo domingo. Claro que esta coluna – quiçá esta página inteira – seria insuficiente para descrever todas as nuanças da legenda na circunscrição de que se fala, associando-as aos seus respectivos agentes. Calma aí!
*2 – PMDB PACIFICADO
*Mas basta entender um pouco do PMDB local para perceber, pelas duas listas que se seguem, que todas as correntes estão representadas.
*Com uma ou outra possível modificação até domingo, o novo Diretório Municipal do PMDB de Porto Velho terá como titulares Avenilson Trindade, Fernando Prado, Cláudio Rabelo, Adolfo Silva, Emerson Castro, Walnir Cavalheiro, Antônio Magalhães, Dirceu Fernandes, Ivan Leitão, Lucélia Leandro, Maria Rita do Perpétuo Socorro, Edson Duarte, Abelardo Castro, Iranildo Queiroz, Francisco Leandro Gomes, José Vieira Guedes, Lourdesmar Pereira, Rosimeire da Silva Araújo Santos, João Assis Raupp, Alcyr Kelsen, Paulo Struttos, Abelardo Castro Filho, Aguinaldo Ferreira dos Santos, Luciano Valério, Ubirailde Moreira Rios Castro, Marinho Melo, Rosane Aragão Melo, Arnaldo Ferreira Lima, José Assis Cavalcante Júnior, Lindalva Delgado, Leila Bedeschi, Edinaldo Silva Araújo, Aluaro Paraguassu Alves, Francimeire Coutinho, Francisca Patrícia Araújo, Itamar Cunha da Silva, Flávio Castro Magno, Pedro Struttos Neto, Manuel Carneiro, Abrahão Negreiros, Vanderlei Siqueira, Luiz Lessa Lima, Francisco Paulo Araújo, Neirival Pedraça e Dionísio Schockness.
*Valendo a mesma observação do início do parágrafo anterior, restarão suplentes Carlos Henrique, Wilhames Pimentel, Leonir Castro, Maria das Dores Araújo Lima, Maria Rego Cavalcante, João do Vale Neto, Leandro Low Lopes, Hiran Gallo, Nelson Marques, Diorgenes Aparecido, Ubirajara Dutra, Aparecido Alves Pereira, Osvaldo dos Santos, Antônio Elisbão da Silva e Antenor Ferreira dos Santos.
*De acordo com a fonte da coluna, dos 45 titulares Emerson Castro teria assegurados, por baixo, cerca de 30 votos, suficientes para se eleger e acomodar os mais próximos em cerca de dois terços da Executiva. Bateria chapa com o ex-candidato a deputado federal Fernando Prado (6 mil 931 votos), que assim pode chegar ao pós-convenção como candidato de consenso. Ou quase isso. Em geral, alguém sempre improvisa uma chapa concorrente na esperança de alcançar os 20% ou mais dos votos com que ocupar espaço proporcional a porcentagem obtida na Executiva do Diretório.
*3 – “VIRTÙ” E “FORTUNA”
*O leitor mais atilado já deverá ter-se perguntado como, de mero suplente de vereador, em questão de semanas Emerson Castro tornou-se uma das peças centrais numa reforma do primeiro escalão da Prefeitura da Capital? Devagar com o andor. Primeiro, segundo a informação, a costura objetivando a renovação do Diretório peemedebista não foi feita da noite para o dia. O cacife com que Emerson Castro chegou à cena teria sido trabalho de meses. Depois, as circunstâncias fizeram-no bafejado por uma lufada de sorte. Eis que o segundo suplente de vereador, Assis Raupp, vem a ser mais do que o parentesco sugere para o presidente regional do PMDB e senador Valdir Raupp.
*Ensina o sábio florentino que, no trato com o poder, são indispensáveis a “virtù” e a “fortuna”. E que a “virtù” é a capacidade do príncipe para ser flexível às circunstâncias, mudando com elas para agarrar e dominar a “fortuna”. Não foram poucos, entre aqueles a quem Castro deve lealdade, que teriam se postado radicalmente contra o convite de Sobrinho. Por conta disso, teria amanhecido a sexta-feira ainda refletindo sobre as ponderações dos acólitos. Mas recusar o convite que já se tornara público seria, a um só tempo, dar a impressão de que se intimidara com o desafio e, pior, abrir flancos à má vontade em quaisquer convescotes conspiratórios nos círculos onde transitam o prefeito da Capital e o senador-presidente do PMDB.
*Assim, fez como recomenda a máxima segundo a qual um pássaro na mão agrada a prudência. Em vez dos quase dois cargos – o de vereador e o de dirigente partidário -, tomou posse de um que vale por dois. Salvo a indefectível exceção, no exercício provisório suplentes jamais votam em desacordo com o titular. Depois, como recursos com que viabilizar seu trabalho frente à Semes não crescem em árvores e muito menos podem sair do seu bolso, caberá ao prefeito e ao senador, dos quais as circunstâncias fê-lo credor, providenciá-los no tempo oportuno e volume necessário. É ver no que vai dar.