Tabeliã de Vilhena era ?fantasma? na ALE sem saber e vai processar deputado Kaká Mendonça
* O esquema fraudulento da folha de pagamento paralela da Assembléia Legislativa de Rondônia era realmente audacioso. A Polícia Federal descobriu que um dos "fantasmas" seria a tabeliã de Notas e Oficial de Registro Civil, Rosa Maria Figueiredo, lotada em Vilhena, no extremo sul do Estado, que foi intimada a prestar esclarecimentos na Polícia Federal sobre o fato de seu nome constar na chamada ?folha paralela? da ALE.
*O nome dela estaria incluído na lista de ?fantasmas? que seriam ligados ao gabinete do deputado estadual Kaká Mendonça (PTB-Pimenta Bueno). Rosa, em depoimento a PF, afirmou que nunca autorizou o uso de seu nome para este tipo de fim, que sequer conhece o deputado, e que não sabe onde fica o prédio da ALE. ?Vou interpelar judicialmente o deputado, e desde já asseguro que estou disposta a quebrar meu sigilo bancário para averiguações das autoridades?. Rosa afirma que tal fato pode lhe trazer graves conseqüências, devido à função que ocupa.
*A Tabeliã estava em São Paulo quando recebeu a notícia que estava intimada a comparecer na Delegacia de Polícia Federal de Vilhena. Quando retornou, compareceu ao órgão público, sendo surpreendida pelo motivo da intimação.
*Ela teria sido lotada no gabinete do deputado Kaká Mendonça, no cargo de Assessora Parlamentar, com salário de R$ 6,5 mil.
*A lotação foi feita no mês de abril deste ano, e durou apenas os trinta dias do referido período do ano. Além de prestar depoimento, Rosa Figueiredo passou por exame grafotécnico, utilizado para reconhecimento de caligrafia.
*Ao deixar as dependências da Polícia Federal, a Tabeliã foi ao Ministério Público, onde lavrou termo de comparecimento, relatando o ocorrido. Em seguida, constituiu advogado para tratar do caso, e garante que vai processar o deputado Kaká Mendonça pelo ato cometido por ele.
*A própria tabeliã resolveu procurar a imprensa para relatar todo o caso, uma vez que o fato pode lhe trazer conseqüências graves, por causa da sua função social. ?A minha credibilidade enquanto Tabeliã de Notas e Oficial de Registro Civil de Vilhena está em xeque, e corro o risco de sofrer investigação das autoridades em função dessa história. Quero tudo esclarecido, e punição para quem cometeu tamanha irresponsabilidade?, afirmou Rosa Figueiredo.
*A cobertura completa sobre este assunto vai estar na edição de sábado do jornal Folha do Sul, que circula em Vilhena e região.