Em julgamento realizado na manhã de ontem, que atraiu um grande público ao auditório do Fórum de Rio Branco, o corpo de jurados do Tribunal do Júri absolveu por maioria absoluta de votos o ex-sargento Alex Fernandes de Barros e condenou a nove anos de prisão, em regime fechado, o ex-soldado Manoel Maria Lopes da Silva, o Coroinha.
Os dois, com o pistoleiro Alexandre Alves da Silva, o Nim, já julgado e condenado, foram denunciados pelo Ministério Público pela morte do mecânico de automóveis Francimar Lima de Oliveira, o Sanhaçu, executado com vários tiros nas proximidades do Horto Florestal, em 1997.
No final do julgamento, apenas o Coroinha foi condenado a 9 anos de prisão e seguiu de volta à unidade de recuperação social Antônio Amaro Alves, presídio de segurança máxima, onde cumpre pena por crime hediondo praticado como membro efetivo do esquadrão da morte.
O CRIME
Segundo a denúncia, o crime ocorreu no início da noite do dia 19 de novembro de 1997. Francimar, que tinha envolvimento com o submundo do crime, parou com seu carro perto de um bar da Avenida Antônio da Rocha Viana, ao lado do Horto Florestal.
Conversava com um amigo quando dois homens em uma moto se aproximaram. O da garupa disparou várias vezes em sua direção, atingido-o em cheio. Caiu e não teve como escapar da morte. O atirador se aproximou e o executou com mais dois tiros na cabeça.
Segundo o que foi apurado em inquérito instaurado na Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), Manoel Maria Lopes da Silva, o Coroinha, dirigia a moto, e o pistoleiro Alexandre Alves da Silva , o Nim, estava na garupa e teria sido o autor da execução.
Foi apurado também que o crime foi cometido a mando do sargento Alex Fernandes de Barros, um dos líderes do esquadrão da morte na época. A causa seria uma rixa entre o policial militar e o mecânico, que era ousado e não demonstrava ter medo do PM, temido em toda a cidade.
Nim foi julgado há poucos meses e, por ser réu colaborador da Justiça, pegou uma pena branda de oito anos.
Ontem, Alex Fernandes de Barros, que nunca assumiu a autoria do delito, e Coroinha sentaram-se no banco dos réus. Alex foi absolvido; e Coroinha, condenado a cumprir pena.
No julgamento de ontem, o promotor Rodrigo Curti como representante do Ministério Público atuou na acusação enquanto o conceituado jurista Jair de Medeiros e o defensor público Gérson Boaventura de Souza atuaram na defesa.
Os debates entre defesa e acusação foram considerados ótimos. O dr. Marcelo de Carvalho Coelho, da Vara do Tribunal do Júri, comandou os trabalho e deu o veredito final.