*Enquanto parlamentares do Acre tentam resolver problemas com posseiros em Lábrea, sul do vizinho estado do Amazonas, famílias acreanas residentes a poucos quilômetros de Rio Branco, vivem encurraladas, escondendo-se da mira de “jagunços” de madeireiros que se tornaram grileiros e que se dizem terem apoio de parlamentares federais. O conflito fica no seringal Porto Luiz no município de Acrelândia, onde pessoas que moram alguns anos, tirando o sustento para os filhos, alguns até com neto que nasceram no local, vivem dias de muita incerteza, segundo denúncia de Raimundo Marinho de Brito.
*“Mesmo sendo uma área da união, os grileiros que tiveram documentos de suas áreas cancelados pela justiça, impõem na força, e a sua própria lei contra posseiros e seringueiros antigos. Quem tem jagunços, e “padrinhos” fortes dentro do Incra e nos poderes constituídos é quem tem levado a melhor. Até mesmo o Imac e tampouco o Ibama fez alguma coisa, mesmo sabendo que o desmate é ilegal e a situação torna-se insuportável”, afirmar Brito.
*Documentos provam que a terra pertence ao Incra
*Tensão e terror no seringal Porto Luiz no município de Acrelândia que segundo documento é patrimônio da união, de acordo com registro 285, da lei de registro público, em 20 de dezembro de 2004.
*A constatação foi do oficial Luiz Gonzaga. B de Lima, que certificou que o imóvel está devidamente matriculado conforme a transcrição de número 227. A.F.L 81, do livro número 03 deste cartório. Este registro é em cumprimento de mandado de inscrição na época do MM Juiz Federal da Sessão Judiciária do Estado do Acre,Dr. Ilmar do Nascimento Galvão. Novo documento em 09.11.76, nº 727, folha 142 do livro 02-B-2, registro sob nº R--727 em 27.10.77, matrícula nº 513 livro 2, registro geral em Acrelândia AC, em 26 de setembro de 2002, declara proprietário a União.
*O denunciante é posseiro da fazenda Girassol que teve seu registro de matrícula nº 2881, também cancelado pela justiça em 27 de abril, de 2001 e mesmo que não possa fazer nada no local, quer manter a floresta em pé e denunciar a retirada de madeira ilegal e de forma imoral como vem acontecendo.
*Ele diz que a partir de 2002, os posseiros que residem há anos, não podem trabalhar, pois, vêm sendo perseguidos. “Por lá a lei é do mais forte, quem tem mais força, e amizade com políticos com mandato e com a direção do Incra, que assiste a tudo, sem tomar nenhuma providência”.
*No último mês de janeiro deste ano, homens com armas de grosso calibre, terçado, foice e outras armas tentaram assassinar alguns dos posseiros que resistem em sair. Os seringueiros tiveram que se esconder. O chefão estava com quatro homens que servem aos madeireiros e afirmando que têm total apoio de parlamentares, ou seja, deputados federais da situação que conhecem bem o local, pois, alguns também estão sendo acusados de grilagem na área.
*“Os jagunços de posse moto-serra derrubaram ou queimaram outras casas usando óleo e gasolina. O terror é grande as pessoas que resistem em sair não sabem quanto tempo viverão no meio a tantas ameaças. Todos estes crimes estão registrados na delegacia de Acrelândia, que sem condições de agir, não tem feito absolutamente nada”, comenta.
*“Não entendo como é que parlamentares acreanos estão preocupados com conflitos no vizinho estado do amazonas e acreanos estão sendo triturados em suas terras e eles não fazem nada. Os posseiros de Porto Luiz não acreditam mais no Incra. Houve denúncia para o Ibama e Imac, conforme documentos enviados, como mostram fotografias. Estes órgãos também nada fizeram”.