As rivalidades entre índios e brancos no Rio Amônia, no município de Marechal Thaumaturgo, pela demarcação de terras, tem ocasionado diversos conflitos desde a retenção de funcionários do Imac até a ocupação da sede do Ibama pelos índios apolima-araras em 2006.
De acordo com o cacique da aldeia, Francisco Siqueira, as rixas e os conflitos que estão acontecendo na área em processo de demarcação surgem, porque Ibama, Imac, Ministério do Meio Ambiente, por meio do governo federal, governo do Estado e o município de Marechal Thalmaturgo, não agilizam o processo de demarcação da terra que pertence aos índios e aos brancos.
Em virtude disso, ambos acabam explorando áreas uns aos outros, por exemplo, caçada com cachorro exploração ilegal de madeira. Hoje, índios estão dividindo espaço com os brancos por meio de um projeto de assentamento criado pelo Incra, onde de um lado do rio ficam os brancos e do outro os índios, em uma mesma área que não tem dono.
No último final de semana, mais um episódio, envolvendo índios e brancos da comunidade, chamou a atenção do Exército e da Polícia Federal. Índios araras atearam fogo em uma residência construída pelo seringueiro Adailsom, que é branco.
De acordo com Siqueira, as terras onde a casa foi erguida pertencem ao seu povo e que o mesmo foi avisado para não construir naquele local, pois os índios iriam derrubar.
O líder indígena disse que Adailsom disse que o seringueiro afrontou os índios, dizendo que ninguém derrubaria sua morada. Foi então que 25 índios derrubaram e atearam fogo na residência.
O Exército e a Polícia Federal foram acionados até o local para evitar confrontos e mortes. A situação hoje está quase que controlada, mas as ameaça vêm de todos os lados, pois, com a destruição da casa, os brancos agora ameaçam atear fogo na aldeia dos apolima-araras. Para Siqueira, isso poder ser o começo de uma guerra entre índios e brancos no Juruá.