Depois de algumas horas escondido dentro da mata, o operador de motosserra Jeronias Machado Damasceno, 27, o Pantera, foi preso por agentes da Delegacia de Polícia Civil do Município de Mucajaí. Ele é suspeito de ter assassinado o presidiário Carlos Pereira Lima, ocorrido na noite de segunda-feira. Após sua prisão, confessou o crime à polícia alegando que matou para não morrer.
Pantera foi autuado em flagrante pelo delegado João Evangelista e entregue na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. Para a Folha, ele repetiu o que já tinha falado em seu interrogatório de que matou Carlos porque esse o havia ameaçado de morte por três vezes. “Eu fiquei com medo que ele cumprisse o que tinha prometido, por isso o matei”, declarou.
Informou que era encarregado de um serviço de roça no Apiaú, onde Carlos trabalhou por 11 dias. No final semana retornaram para suas casas em Mucajaí e a vítima começou a cobrar o pagamento dos dias trabalhados, porém Pantera explicou que teria de aguardar o patrão retornar de viagem para receber o dinheiro, mas Carlos não aceitou a justificativa e passou a ameaçá-lo de morte.
Segundo o acusado, depois de duas ameaças, Carlos voltou a procurá-lo, quando disse que ia a sua casa e, quando retornasse, era para receber o seu dinheiro ou então o mataria. “Fiquei nervoso, peguei uma faca e fui esperar ele no caminho”, disse. No momento em que a vítima passava pela rua, ele apareceu de surpresa e desferiu uma facada. Depois fugiu para dentro da mata onde acabou preso.
OUTRO ACUSADO – Outro elemento, Edeilson da Conceição, apelidado de Jhone, está sendo procurado pelos policiais de Mucajaí. Segundo a polícia, ele também participou do crime e teria desferido outras facadas no presidiário. O delegado explicou que, de acordo com declarações de testemunhas, antes do crime Jhone teria ido até a frente da casa de Carlos e o chamou para beber. No entanto, a vítima não sabia que sua morte já estava planejada.
Jhone responde por outro assassinato ocorrido este ano em uma fazenda no Município de Iracema. Ele conseguiu fugir e se apresentou dias depois na delegacia e foi posto em liberdade. “Esse é o segundo assassinato dele e a expectativa é que também se apresente. No entanto, os policiais estão realizando diligência para tentar prendê-lo”, ressaltou.