O ex-policial civil Manoel Geraldo Palma Pantoja foi pronunciado a Júri Popular e deve sentar no banco dos réus nos próximos meses. Ele é acusado, junto com outros três policiais civis e mais alguns amigos, de ter espancado até a morte o jovem Robson Magalhães de Lima, 23.
*O fato ocorreu no dia 22 de agosto do ano passado, na estrada do Município do Cantá, depois que a vítima se envolveu em uma briga com Harley Rodrigues da Silva, irmão do também policial civil à época, Hermes da Silva, em uma festa no balneário Sacolejo. O caso provocou revolta na população, que cobrou providências e punição para os policiais.
*Houve abertura de inquérito policial e, depois da conclusão do processo investigatório, foi submetido à apreciação do Ministério Público, que fez a denúncia contra os acusados e remeteu para a apreciação do juiz, que por sua vez decidiu pela procedência dos fatos e pronunciou o acusado Manoel Pantoja a julgamento popular.
*A decisão foi tomada pelo juiz Alcir Gursen de Miranda, da 2ª Vara Criminal, que está respondendo ainda pela 1ª Vara, na terça-feira passada, e publicada no Diário do Poder Judiciário.
*O advogado do ex-policial, Jaeder Natal Ribeiro, falou por telefone com a Folha e afirmou que recorrerá da decisão do magistrado, por entender que seu cliente foi injustiçado. Disse que a tipificação a que o juiz pronunciou Pantoja - homicídio qualificado, torpe, meio cruel e à traição - não condiz com a verdade.
*Ele explicou que o ex-policial foi até o local enganado, pensando que se tratava de uma prisão a serviço, tendo em vista que estava de plantão na Delegacia do Município do Cantá, onde trabalhava na época, e foi solicitado via rádio para ajudar os outros policiais.
*“O que está acontecendo com esse rapaz é injusto. Ele já foi demitido do serviço público e agora vem essa pronúncia. Inclusive, estamos encontrando dificuldade na corregedoria de Polícia Civil para obter cópia do processo administrativo que culminou em sua demissão. Vou entrar com mandado de segurança para que ele tenha seu direito assegurado”, disse.
*CASO – Conforme as notícias divulgadas na época, Manoel Pantoja e mais os colegas policiais civis Hermes Rodrigues da Silva Júnior, Jean Alessandro Silva de Andrade e Richardson Rego da Silva, além de Harley Rodrigues da Silva - irmão de Hermes - e outros amigos saíam em perseguição à vítima, usando uma viatura oficial. O fato ocorreu após uma confusão envolvendo Hermes e Robson, por causa de uma mulher.
*No momento em que a vítima com mais alguns amigos se aproximaram da entrada da Serra da Lua foram parados pelos acusados que, ao identificaram Robson, iniciaram uma sessão de espancamento na vítima que morreu pouco depois de dar entrada no Pronto Socorro de Boa Vista.
*Por ocasião dos fatos e conseqüente investigação, todos os policiais civis envolvidos no crime foram presos na época, após serem apresentados por seus advogados. Depois de algum tempo, ganharam liberdade. Além disso, também sofreram processo administrativo, que culminou com suas demissões dos quadros da Polícia Civil.