'FORÇADA A FICAR NO SOL': Pai denuncia punição de escola militar; direção nega

Segundo seu relato, a estudante foi forçada a permanecer sob o sol por aproximadamente 45 minutos

'FORÇADA A FICAR NO SOL': Pai denuncia punição de escola militar; direção nega

Foto: Reprodução

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Um caso controverso envolvendo uma suposta punição excessiva em uma escola militar de Vilhena, Rondônia, tem gerado debates acalorados e resultou em registros de Boletins de Ocorrência (BOs) de ambas as partes envolvidas. O incidente, ocorrido na Escola Almirante Tamandaré no dia 1º de outubro, levanta questões sobre métodos disciplinares e a implementação do modelo militar em instituições de ensino.
 
A. M., pai de uma aluna, denunciou que sua filha teria sido submetida a uma punição que ele classifica como "tortura". Segundo seu relato, a estudante foi forçada a permanecer sob o sol por aproximadamente 45 minutos, por volta das 14h, supostamente por estar com os cabelos soltos. O pai argumenta que a filha estava apenas arrumando o cabelo e não infringindo as regras escolares.
 
"Quando fui informado, imediatamente fui até a escola. Ao conversar com o pessoal da orientação, eles confirmaram que essa prática realmente acontece", afirmou A. M. em entrevista ao blog Extra de Rondônia. Ele expressou preocupação com os possíveis danos à saúde da filha, mencionando riscos como câncer de pele, além do impacto emocional causado pela situação.
 
O caso ganhou repercussão após A. M. registrar um BO e levar o assunto ao Ministério Público e à Secretaria Municipal de Educação (SEMED). "Queria registrar como tortura, mas agora cabe às autoridades decidir como proceder", declarou o pai, que também incentivou outros pais a procurarem o MP caso seus filhos tenham passado por situações semelhantes.
 
Por outro lado, o diretor da escola, V. F., apresentou uma versão diferente dos fatos. Em sua defesa, ele mostrou vídeos das câmeras de segurança e afirmou que os alunos permaneceram no pátio por apenas 12 minutos, tempo considerado normal para entrada e saída da escola. V. F. explicou que a abordagem fazia parte de uma vistoria de rotina para verificar o cumprimento das regras de uniforme e apresentação pessoal.
 
"Depois dessa interação, pedi para realizar vistorias nas salas de aula, e, na sala do nono ano, pedi para os alunos fora do padrão - incluindo a aluna envolvida no caso – se dirigirem ao pátio enquanto eu finalizava as vistorias", esclareceu o diretor. Ele também mencionou que registrou dois BOs contra a mãe da aluna, que é professora na mesma escola, por ameaça.
 
O incidente levanta questões sobre a adequação dos métodos disciplinares em escolas que adotam o modelo militar de gestão. Enquanto alguns defendem a rigidez das regras como forma de manter a ordem e o respeito, críticos argumentam que certas práticas podem ser excessivas e prejudiciais aos estudantes.
 
As autoridades competentes investigam as alegações de ambos os lados para determinar se houve alguma violação dos direitos dos alunos ou se as ações da escola estavam dentro dos limites aceitáveis de disciplina escolar.
 
Este caso em Vilhena serve como um ponto de reflexão sobre o equilíbrio entre disciplina e bem-estar dos estudantes, especialmente em um momento em que o modelo de escolas militares ganha espaço no sistema educacional brasileiro.
 
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