Um ataque coletivo de cachorros da raça pitbull poderia ter tirado a vida do gari Leonardo da Silva, de 22 anos de idade, que trabalha na coleta de lixo urbano em Rolim de Moura (Centro de Rondônia). Na semana passada, Leonardo foi atacado por dois cães, no momento em que ele fazia a coleta de resíduos em rua do Bairro Jardim tropical.
O gari conta que ao chegar à lixeira, os pitbull escaparam do portão de uma casa e saíram correndo na direção dele: “Os cães me atacaram com várias mordidas nas pernas, braços e mãos, e quase atingiram o meu pescoço”.
O terror durou 50 metros de perseguição e ataques, o que só terminou depois de Leonardo lutar contra os pitbull, gritar “socorro’ e o dono dos cachorros chegar para resgatar seus animais. Atendido em unidade de saúde local, o gari recebeu os primeiros socorros. Com 10 meses contratado pela empresa RLP - Rondônia Limpeza Pública e Privada, Leonardo ficou afastado do trabalho, em observação.
O prejuízo dos ataques de cães, segundo o sócio administrador da RLP, Arquimedes Isaac de Almeida, preocupa: “Os ataques de cachorros aos garis são constantes. Recentemente, foram cinco vezes”.
O caso pode ser levado à esfera da Lei de Contravenções Penais da Constituição (Decreto Lei 3.688/1941), que fala sobre a ‘Omissão de cautela na guarda ou condução de animais’. Em seu Artigo 31, o decreto aponta que ‘Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso’ tem pena prevista: ‘Prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa’.
DEBATE
O debate vai além dos ataques de animais. O administrador Arquimedes ressalta ainda que os acidentes com cacos de vidro e seringas são costumeiros. Inclusive foi um tema destacado pelo gari Juanito Ferreira de Lima, que trabalha na coleta do lixo em Cacoal (também no centro do Estado), contratado pela RLP.
Juanito afirmou que já sofreu vários acidentes com vidros e agulhas e pediu a colaboração da população: “Pedimos que os moradores façam o acondicionamento correto dos resíduos, com atenção especial aos materiais cortantes, pois, do contrário, ficamos expostos a infecções e doenças transmissíveis”.
CONSCIENTIZAÇÃO
Os canais de comunicação da RLP desenvolvem informações sobre o assunto, com destaque especial para a separação e acondicionamento dos resíduos. Tudo para que os coletores da empresa possam realizar um trabalho de qualidade, que respeite todos os protocolos de segurança.