Ela foi medicada e o estado de saúde é estável, mas não há previsão de alta.
Foto: Divulgação
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É uma coisa desumana, que me tocou profundamente. Não só a mim como toda a equipe da pediatria”, descreve o médico pediatra Luiz Antônio Dionello, sobre o estado de saúde de uma menina indígena de 12 anos. A paciente, que não anda, deu entrada no Hospital Regional (HR) de Vilhena (RO) esta semana, com larvas de mosca na boca. O HR foi informado de que a garota estava sendo cuidada na Casa de Saúde Indígena (Casai). A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) não quis se pronunciar sobre o caso.
A menina é da aldeia Bacurizal, localizada no município de Nova Lacerda (MT), mas, de acordo com o médico, sempre foi tratada na unidade de saúde rondoniense. Dionello explica que, quando tinha por volta dos sete anos, a garota sofreu uma doença viral e, com isso, ficou com sequelas neurológicas. Desde então, ela não fala e não anda.
Ela também não se alimenta sozinha e, por isso, usa uma sonda gástrica. Além disso, em virtude das complicações da doença, ela também tem dificuldades na respiração.
“Ela estava, vou usar essa expressão popular, com uma bicheira no céu da boca, onde ela estava eliminando larvas. O que aconteceu é que pela dificuldade respiratória, ela fica com a boca semiaberta e uma mosca entrou e colocou os ovos lá dentro e se desenvolveu”, explica o pediatra.
Mais de 20 larvas foram retiradas da boca da menina. Ela foi medicada e o estado de saúde é estável, mas não há previsão de alta. “Não houve nenhuma obstrução respiratória, embora ela tenha corrido o risco tremendo de ter a obstrução, pela presença das larvas”, salienta.
O médico enfatiza que a índia precisa de cuidados especiais e não pode ficar na aldeia por causa das deficiências e problemas de saúde recorrentes, como pneumonia. “Ela estava gemendo, estava sentindo dor. Ela reconhece as pessoas, tem uma expressão de sensibilidade. É um ser humano, que nós temos que amar e respeitar”, enfatiza o médico.
Hospital Regional
De acordo com o Hospital Regional, a Casai informou que a menina não estava na aldeia. Segundo o HR, antes de ser internada, a garota estava na própria Casai, localizada na cidade de Vilhena. Contudo, o hospital não soube informar a quanto tempo ela estava sobre os cuidados da Casa de Saúde Indígena.
O serviço social do HR enviou um documento a Casai perguntando sobre as condições em que a menina estava vivendo e os cuidados que ela recebia. A unidade de saúde também questionou sobre as condições de higiene da paciente e do local onde ela estava. De acordo com o setor, com a resposta, o hospital tomará as medidas necessárias. Uma das providências pode ser o encaminhamento da denúncia ao Ministério Público.
Secretaria Especial de Saúde Indígena
A reportagem procurou a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que disse que não iria se pronunciar sobre o assunto, pois ainda não havia sido notificada oficialmente sobre o caso.
A reportagem também foi até a Casai, mas foi proibida de entrar na unidade.
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