A Prefeitura de Porto Velho decretou na quarta-feira (9) estado de emergência nível 2 por causa da cheia do rio Madeira. O decreto (nº 20.894) foi publicado no Diário Oficial do Município e tem validade por 180 dias, mas pode ser prorrogado. O Madeira, maior afluente da bacia do rio Amazonas, atingiu nesta semana uma cota de 16,70 metros - muito perto da cota de inundação, fixada em 17 metros.
O decreto de emergência permite que a Prefeitura e a Defesa Civil tomem medidas mais intensas para auxiliar a população afetada pelo aumento das águas. Com o decreto, poderá ser dispensada licitação para aquisição de bens e insumos necessários às atividades de resposta ao estado de emergência, bem como para serviços e obras necessárias ao atendimento da situação emergencial.
A Defesa Civil do município estima que mais de 14 mil pessoas foram afetadas pela cheia. As populações de Ressaca, Maravilha I, Maravilha II, Vila Nova e Vila do Calama estão entre as mais afetadas e receberam assistência. Como registrou
Rondoniavivo, além das comunidades, Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, também enfrenta os efeitos da cheia. Trechos da BR-425, que liga o município a Porto Velho, estão intrafegáveis. A Polícia Rodoviária Federal recomendou evitar o trânsito na região.
Em menos de seis meses após atingir uma cota mínima histórica de 19 centímetros, o Madeira agora alaga partes da capital de Rondônia e invade casas ribeirinhas. De acordo com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), que monitora os níveis do rio Madeira em Porto Velho e outras regiões do estado, a cheia é resultado das chuvas intensas que voltaram a atingir a região de forma mais concentrada desde janeiro, devolvendo ao rio um comportamento mais próximo dos padrões normais.
A previsão do SGB, entretanto, é de que o Madeira deve desacelerar o ritmo de aumento de água nos próximos dias - mas o quadro atual deve durar mais alguns dias.