BAIXA PROCURA: Pais estão deixando filhos sem vacinação em Porto Velho

Discurso negacionista contra os imunizantes é um dos motivos que crianças estão sendo expostas a contrair doenças

BAIXA PROCURA: Pais estão deixando filhos sem vacinação em Porto Velho

Foto: Divulgação

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As vacinas são aplicadas gratuitamente nos postos de saúde da rede pública de Porto Velho, porém, a imunização infantil vem caindo de forma significativa na capital. Mas essa queda na procura por vacinas infantis não é um fato isolado da capital rondoniense, mas está ocorrendo em todo Brasil.
 
 
Segundo a Divisão de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), de Porto Velho, essa queda na procura já vem de alguns anos, mas se intensificou com a chegada da pandemia de covid-19. Durante o período pandêmico, muitos pais deixaram de levar seus filhos para vacinar causando assim atrasos nas principais vacinas para crianças como, por exemplo, a da poliomielite.
 
 
Em entrevista ao Programa Conexão Rondoniaovivo, apresentado pelo jornalista Ivan Frazão, a secretária Adjunta da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Marilene Penati, confirmou tal situação e fez um alerta para os pais que não vacinam os filhos. 
 
 
“A queda de vacinação de doenças raras que haviam sido erradicadas, se deu por conta do negacionismo. A falta de credibilidade na vacina da covid, acabou aflorando e fortalecendo essa aversão as vacinas. Isso pode trazer de volta doenças que já haviam sido erradicadas”, lamentou.
 
 
Marilene também falou sobre a necessidade de uma possível intervenção federal, estadual, municipal e inclusive de obrigatoriedade de vacinação. Ela explicou que o objetivo é conscientizar os pais quanto a importância das vacinas nas crianças, principalmente aquelas da primeira infância.
 
 
As vacinas da primeira infância são: BCG, Poliomielite, Tríplice viral, Febre Amarela, Varicela entre outras. Essa queda na procura por elas é preocupante. Isso porque, Rondônia pode ter de volta uma doença que já estava praticamente extinta no Brasil nas últimas décadas.  Vale lembrar que o nosso Estado ficou em quarto lugar em cobertura vacinal no Brasil. 
 
 
A enfermeira Eliza Ferraz, da Divisão de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), relatou que a baixa cobertura em Porto Velho se atribui a vários fatores. Um deles foi a desinformação em relação às vacinas contra a covid-19, as famosas fakenews, têm sido mais uma dificuldade para fazer com que as famílias levem as crianças para os postos de vacinação.
 
 
“Isso têm sido mais uma dificuldade para fazer com que as famílias levem as crianças para os postos de vacinação”, disse.
 
 
Poliomielite
 
Falta de vacinação pode trazer de volta a paralisia infantil em Rondônia
 
 
O Brasil está livre da poliomielite há 32 anos, mas a forte queda da cobertura vacinal desde 2015 acendeu o alerta nos órgãos de saúde pública do país. No ano passado, o índice ficou abaixo de 70%, quando a recomendação é de 95%. A doença é também conhecida como paralisia infantil.
 
 
Com esse cenário e para evitar que a poliomielite, ou paralisia infantil como também é conhecida, volte a assombrar as famílias, a prefeitura da capital havia prorrogado a campanha de vacinação contra a doença até o último dia 30 de setembro. 
 
 
Mas isso não foi o suficiente, pois, a procura pela vacina permaneceu baixa e deixou as crianças ainda mais expostas ao risco de contrair a paralisia infantil. Essa doença quando não mata deixa várias consequências para as crianças que a contraem.
 
 
As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura. Assim, as principais sequelas da poliomielite são: problemas e dores nas articulações; pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar; atrofia muscular; e hipersensibilidade ao toque.
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