CALOTE: Empresa de ônibus deve salários de funcionários há três meses

Esta é a antiga Viação Rondônia, que hoje se chama Ipê e Verde Transportes

CALOTE: Empresa de ônibus deve salários de funcionários há três meses

Foto: Divulgação

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A agonia e a incerteza são os sentimentos que viraram rotina para os trabalhadores das empresas de ônibus, especializadas em transportes intermunicipais, a Ipê e a Verde Transportes, conhecidas pelas viagens para Guajará-Mirim e Rio Branco (Acre).

 

Ela é a antiga Viação Rondônia, que apenas mudou de nome, mas continua com os mesmos problemas, de acordo com os funcionários. Hoje são três meses de salários atrasados e sem cestas básicas pelo mesmo tempo.

 

“Nem a antiga Viação Rondônia pagou ninguém. Chegamos a ficar sete meses sem cestas básicas. Tem um funcionário que a esposa dele perdeu o filho por falta de tratamento. Sem dinheiro, como vai comprar remédios para cuidar da criança? Pai de família vai no mercado comprar coisas pros filhos, mete a mão no bolso e não tem nada”, lamentou um funcionário.

 

Outro também segue com as reclamações: “A gente só sobrevive pela graça de Deus. Muitos motoristas foram para a televisão, falavam alguma coisa e eram mandados embora. Muitos saiu a causa na justiça e o juiz não obrigou a empresa a pagar. Todos os dias têm bloqueio de contas, mas não tem dinheiro. Os ônibus andam com 70, 80 passageiros”.   

 

 

Sem respeito

 

Outros funcionários também procuraram o Rondoniaovivo e relatam como está a situação no momento.

 

“Até os diaristas estão sem receber. Eles estão pagando alguns motoristas da Verde e os motoristas e funcionários da Ipê, tanto que permaneceram, quanto os que saíram, não receberam. Mecânico não recebeu. Tem um rapaz que ganhou causa na justiça tem mais de 90 dias. Teve que recorrer com advogado e nada. Nem ordem judicial estão pagando”.

 

“Tem processo que está na penhora de bens. Mas segundo eu soube, eles trabalham com agências de passagens terceirizadas. Quando estão para pegar o dinheiro na conta delas, mudam a conta. E como ganham porcentagem no valor, tocam o remo a vender. Os ônibus estão sempre cheios. A agência tira a parte dela e deposita para a empresa”, detalhou um quarto empregado.

 

Os funcionários não têm mais a quem recorrer da diretoria ou responsáveis da Ipê e Verde Transportes em Porto Velho, pois houve uma mudança na estrutura da empresa. “Nem RH [Recursos Humanos] tem mais aqui. Agora é tudo em Cuiabá [Mato Grosso]”.

 

 

Perigoso

 

Além dos salários e cestas básicas atrasadas, os contratados dos grupos de transporte ainda destacam que há um grande risco na segurança dos passageiros que utilizam as linhas para outras cidades.

 

“Os ônibus deles estão todos quebrados. Andam, mas não tem nenhuma manutenção. Perigo demais para quem utiliza o serviço. Fora isso, os funcionários estão pedindo socorro! Querem receber, todos tem conta para pagar e família para sustentar”, lamentou uma contratada.

 

Primeira manifestação foi em frente à rodoviária de Porto Velho

 

Mobilização

 

Cerca de três meses atrás, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros e Cargas em Rondônia (Sinttrar) fez dois protestos, um em frente à rodoviária de Porto Velho e outro em frente à garagem da Ipê e da Verde Transportes, apoiando a paralisação das atividades dos funcionários das empresas.

 

De acordo com os funcionários, a mobilização deu certo em parte, pois as empresas pagaram um mês apenas de salários atrasados, além de dar algumas cestas básicas. Pelo jeito, agora, precisam de mais ajuda ainda do sindicato da categoria.

 

Segundo ato foi na frente da garagem das empresas e tentou impedir que ônibus saíssem

 

Fora de área

 

Tentamos contato com a Ipê e a Verde Transportes pelos telefones (69) 3901-3160 e 98434-6410, mas não conseguimos falar com ninguém.

 

Caso haja alguma manifestação de algum representante, faremos a atualização deste texto assim que isso acontecer.

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