O perigo do uso de linha chilena (altamente cortante) em pipas empinadas por crianças, adolescentes jovens e adultos voltaram à tona em Porto Velho (RO) com a aproximação do verão amazônico e também do recesso escolar.
No último final de semana, um motociclista quase foi morto degolado na Avenida Jorge Teixeira com Rua Álvaro Maia, na capital rondoniense.
Ele foi atingido por uma linha de pipa e só não acabou morrendo porque conseguiu livrar o pescoço. Mesmo assim, o homem teve uma grave lesão no nariz e necessitou de atendimento médico na policlínica Ana Adelaide.
Escapou da Morte
No dia 07 de julho do ano passado uma mulher de 32 anos escapou da morte após ser atingida por uma linha de pipa chilena na Rua Israel com Estrada do Belmont, bairro Nacional, na zona Norte de Porto Velho (RO).
A mulher transitava em uma motocicleta quando sentiu a linha de pipa passando pelo tórax dela e subindo em direção ao pescoço.
A motociclista assustada imediatamente colocou a mão para se proteger e sofreu cortes nos dedos. Por muito pouco a vítima não foi degolada pela linha chilena que é proibida a utilização no país.
Os dois jovens que empinavam a pipa fugiram do local. A mulher acionou a Polícia Militar e registrou uma ocorrência de lesão corporal.
Outro caso grave
Um jovem de 26 anos sofreu um grave corte no pescoço provocado por uma linha de pipa (papagaio) enquanto transitava na Rua Mané Garrincha com Avenida Rio de Janeiro, bairro Socialista, zona Leste de Porto Velho. O caso foi registrado no dia 15 de agosto do ano de 2018.
De acordo com informações do jovem, ele estava em um bicicleta e no momento que passava pelo endereço citado havia vários garotos "empinando papagaios" e de repente uma das linhas passou pelo seu pescoço.
A vítima se jogou para trás e escapou de ser morta degolada. Mesmo assim, o jovem ficou com um grave corte no pescoço.
O motociclista recebeu os primeiros socorros de uma equipe do Samu e foi levado para a UPA da região.
A pessoa responsável pela linha da pipa não foi encontrada e o caso registrado na Unisp Leste.
Brincadeira e transtornos
Uma brincadeira que para alguns é considerada um ato inofensivo e de lazer, mas que pode levar a morte de pessoas que sequer participam dessa forma de “diversão".
A atividade já faz parte do cenário portovelhense e distritos nessa época do ano. Mas a brincadeira pode se transformar em transtornos, acidentes e mortes, devido ao ato de serem empinadas com linhas com cerol.
A situação é muito mais complicada em virtude da utilização das linhas Chilena, que podem causar mortes e são proibidas em Porto Velho.
Lei Municipal
A Lei municipal proíbe o uso do cerol (vidro moído e cola); proíbe também a venda da linha encerada com quartzo moído, algodão e óxido de alumínio, conhecida como "Linha Chilena", ou de qualquer produto similar utilizado no ato de empinar pipas, que contenham elementos cortantes".
A Lei n° 4.726, de 2020, sancionada pelo governador de Rondônia, Marcos Rocha, proíbe a comercialização e uso do cerol e da linha chilena nas pipas em todo o Estado.
A legislação entende por cerol todo o produto originário da mistura de cola de madeira e vidro.
O perigo do cerol
O cerol é uma substância bastante perigosa e tem trazido uma série de transtornos, especialmente nos períodos de férias.
Os mais atingidos são motociclistas e ciclistas. O material é capaz de provocar lesões, mutilações ou pior ainda, causar a morte.
O cerol tem sido cada vez mais incrementado.
Antes era feito de vidro moído ou triturado e o pó misturado à cola de madeira, que posteriormente era aplicado nas linhas de pipas.
Ultimamente tem sido usado pó de ferro, cujo poder de corte da linha é mais eficiente, porém, em casos de acidentes com o produto as lesões são maiores e profundas.
Pode causar a morte
Dependendo da gravidade da lesão ou do local do corte o óbito pode ser instantâneo, sem chance de socorro para a vítima.
Trata-se enfim, de verdadeira substância perfuro-cortante (arma branca).
A Polícia Militar tem autonomia para recolher e apreender linhas Chilena que estiverem em pleno uso com pessoas empinando pipas na cidade.