SAÚDE: Catarata atinge 39% das mulheres no Brasil, aponta IBGE

Instituto ainda apurou que 29,4% dos homens sofrem com a doença; entenda os motivos da catarata ser mais comum entre o sexo feminino

SAÚDE: Catarata atinge 39% das mulheres no Brasil, aponta IBGE

Foto: Pesquisa aponta que mulheres são mais afetadas pela catarata - Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é uma das principais responsáveis por casos de cegueira em todo mundo, com 51% do total. 
 
A doença é definida como se deixasse a visão como um vidro embaçado, de maneira parcial ou completa. A catarata afeta o cristalino (pequena lente natural) de um ou ambos os olhos, afetando a qualidade.
 
Visão de pessoa com catarata - Foto: Divulgação
 
Com isso, a luz não consegue passar pelos olhos corretamente. O resultado disso se dá na forma de imagens com pouca nitidez, embaçadas, esbranquiçadas e até amareladas.
 
 
Projeção gráfica demonstra como é um olho saudável e outro com catarata - Foto: Divulgação
 
Causas
 
Os fatores que originam a catarata são os mais diversos como histórico familiar, exposição dos olhos aos raios ultravioleta, realização de raio-X com frequência, exposição ao tratamento de radioterapia, uso excessivo de álcool e tabaco, uso excessivo de corticóide em forma de colírio ou sistêmico. 
 
Ainda há doenças variadas (diabetes, hipotireoidismo e distúrbios auto-imunes), males oculares (glaucoma e descolamento de retina), traumas e lesões oculares e o baixo índice de antioxidantes (vitamina C, vitamina D e carotenóides).
 
Apesar de tantas causas, a catarata é muito mais associada ao envelhecimento do corpo. Depois dos 40 anos, o olho passa por mudanças naturais. Proteínas presentes nas lentes começam a oxidar, o que provoca algumas alterações na visão. 
 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que cerca de 30% dos brasileiros acima dos 60 anos sofrem com a doença. Analisando os detalhes, pessoas de 65 a 74 anos representam 33,9% dos pacientes. Mais velhos que 75 anos marcam 55,5% dos afetados pela catarata.
 
Os dados mostram de forma clara que a incidência e a gravidade da catarata aumentam conforme a idade avança.
 
Distribuição
 
O Nordeste é a região onde os casos da doença são mais encontrados (39,3%), seguido pelo Centro-Oeste (38,3%), Norte (38,1%), Sudeste (33,2%) e Sul (28,3%).
 
A disparidade também é observada conforme o sexo. Pesquisas apontam que as mulheres são as maiores vítimas da catarata, marcando 38,6% em relação aos 29,4% dos homens.
 
Motivos
 
A diferença de 9,2% entre os casos de catarata entre mulheres e homens é bastante expressiva, podendo ser explicada por alguns fatores determinantes.
 
- Alterações hormonais 
 
Durante os ciclos menstruais, o corpo da mulher sofre picos de estrogênio, o hormônio sexual feminino. O efeito disso é a aceleração do processo de opacificação do cristalino, que desencadeia a catarata.
 
Outro ponto importante é que muitas mulheres passam por terapias de reposição hormonal por causa dos sintomas da menopausa, geralmente entre os 45 e 50 anos.
 
Assim, há um aumento considerável na produção da proteína C-reativa, que também é associada aos sinais da catarata.
 
 Crianças também são afetadas pela catarata, mas em número baixo, diz especialista - Foto: Divulgação
 
- Diabetes
 
Um levantamento em 2017 feito pela Federação Internacional de Diabetes apontou que a doença é mais comum nas mulheres (10%) do que nos homens (7,8%).
 
Isso pode ser explicado pela menopausa – alterações hormonais fazem com que o nível glicêmico cresça – e por questões sociais mais complexas.
 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou, também em 2017, que as mulheres brasileiras trabalham 7,5 horas a mais do que os homens, resultado da chamada jornada dupla (trabalho mais os serviços domésticos).
 
Embora não existam estudos que comprovem de fato a relação entre essa situação com o maior desenvolvimento feminino de diabetes, especialistas dizem que o estresse e o cansaço são elementos que geram, sim, mais riscos de evolução para diversos problemas de saúde.
 
Desta forma, se as mulheres sofrem mais com a diabetes, também são mais propícias à catarata.
 
O oftalmologista Ricardo Filippo Dias de Alencar dá dicas aos leitores do Rondoniaovivo de como diminuir os efeitos da doença. 
 
“Algumas medidas podem ser adotadas para prevenir e diminuir a chance do desenvolvimento da catarata como proteção dos raios ultravioletas - sobretudo o B - com óculos escuros, bonés e chapéus. Também evitar fumar e abusar das bebidas alcoólicas. Importante ter alimentação balanceada e saudável. Já os diabéticos devem manter a glicose controlada, já que o aumento da glicemia está correlacionada a uma maior incidência de catarata”. 
 
- Expectativa de vida
 
Em 2021, o IBGE divulgou que a expectativa de vida das mulheres é maior que a dos homens – 80,3 anos contra 73,3 anos. A diferença é de 7 anos.
 
Como a catarata é uma doença prevalentemente de idosos, é natural que as mulheres sejam as mais afetadas, já que têm mais tempo de vida.
 
Tratamento
 
A única forma conhecida de tratamento para a catarata é a cirurgia. Até o momento, não existem medicamentos ou terapias alternativas capazes de reverter os quadros da doença.
 
A operação consiste em substituir o cristalino por uma lente intraocular, como se fosse uma prótese de olho. Como a cirurgia de catarata é a mais realizada em todo o mundo, é um procedimento que pode ser considerado simples, assim como sua recuperação.
 
Com anestesia local em forma de colírio, o paciente pode voltar para casa no mesmo dia da cirurgia, sentindo apenas um leve desconforto que tende a desaparecer em pouco tempo.
 
Apesar dos mitos que dizem que é preciso esperar que a catarata fique em um estado mais avançado para tratá-la, o ideal é que o tratamento seja feito o quanto antes, para aumentar as chances de sucesso e recuperação mais rápida.
 
“Como qualquer outro procedimento cirúrgico, a cirurgia de catarata também possui riscos, tais como infecções, inflamações, descolamento de retina e até mesmo a possibilidade de perda total da visão. No entanto, sabemos que a cirurgia de catarata é uma das cirurgias mais realizadas no mundo e uma das mais seguras”, afirmou o médico Ricardo Filippo.
 
E completa: “Ao fazer um pré-operatório detalhado e minucioso, escolhendo um centro cirúrgico adequado e uma equipe competente e experiente, as chances de complicações são ínfimas e a cirurgia se torna muito segura e eficaz, com índices baixíssimos de complicações”.
 
Se não tratada, a catarata pode causar cegueira permanente.
 
 Cirurgia de catarata é o único tratamento para doença, mas é considerada uma das mais seguras do mundo - Foto: Divulgação
 
Saiba mais
 
Como abordado nesta reportagem, a catarata é uma doença que afeta grande parte da população brasileira, especialmente os idosos.
 
Por causa disso, o próprio oftalmologista ouvido nesta reportagem, criou um espaço virtual (hub) focado exclusivamente na catarata, abordando todas as informações relevantes sobre o tema, como causas, sintomas, tratamento, etc.
 
Ele acredita que o acesso à informação é uma das maneiras mais eficientes para combater a doença. Segundo ele, os conteúdos são gratuitos e podem ser acessados a qualquer hora.
 
“A ideia do hub de conteúdo surgiu da minha percepção de que ainda existem muitas dúvidas sobre a catarata, mais ainda em relação ao modo como as pessoas enxergavam essa cirurgia. Com isso, reunimos, após pesquisas, uma série de materiais gratuitos para esclarecer essas questões sobre a doença e o seu tratamento”, comentou Ricardo Filippo.
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Você é a favor do fim da escala 6x1?
Como você avalia o atendimento da Azul Linhas Aéreas em Rondônia?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS