Um encontro ocorrido na última segunda-feira em Porto Velho (RO) arrefeceu o racha que vinha provocando desgaste no grupo de Elton Assis, atual presidente da OAB-RO. Ele reuniu-se com o ex-presidente da entidade, Andrey Cavalcante e definiram que o grupo vai escolher indicar para disputar com Zênia Cernov, ou a atual vice-presidente da entidade, Solange Aparecida, ou o atual secretário-geral, Márcio Nogueira.
Antes do encontro, Andrey havia sinalizado que apoiaria Márcio Nogueira e isso criou mal estar dentro do grupo. Mas essa decisão de Andrey passava pela disputa nacional, que foi definida nos últimos dias. O advogado Beto Simonetti, conselheiro federal pelo Amazonas, será eleito presidente da Ordem, com o apoio de 22 estados e o Distrito Federal, em uma articulação de Felipe Santa Cruz. Elton defendia o nome de Luiz Viana Queiroz, que é o principal defensor de Jair Bolsonaro (sem partido) na OAB.
Com apenas quatro estados, não é possível formar uma chapa: o mínimo exigido são seis.
Com esse cenário definido, perdeu-se o ‘objeto da disputa’ e a paz voltou a reinar.
Zênia e Márcio atuam forte nas redes
Zênia Cernov é uma advogada bem conhecida em Rondônia. Atuante e antenada, ela vem construindo uma base principalmente nas redes sociais. Márcio Nogueira também foi no mesmo caminho, apesar de ambos estarem disputando a mesma cadeira, eles estão por estradas diferentes, e é neste ponto que nenhum dos dois conseguiu enxergar a convergência.
Zênia optou pelo modelo mais tradicional de abordagem. Com perfil no Facebook bem elaborado, conservador, ela e sua equipe de marketing apostam em peças limpas, fotos posadas que agradam determinado público. É um caminho errado?Não, mas é arriscado, pois ignora um importante setor que cresce exponencialmente, os jovens advogados.
No Instagram, a rede mais usada entre os mais jovens, Márcio domina com peças mais humanizadas, lives, e pílulas de seu dia a dia. O número de seguidores mostra bem isso. Em ambas, ele lidera na quantidade. Isso pode ser traduzido em qualidade? Uma incógnita.
O maior problema nesta disputa está em como unir tanto os jovens advogados, que enfrentam os desafios de estarem iniciando uma vida profissional, com aqueles que já estão estabelecidos, com idéias tradicionais. Márcio e Zênia conquistam, cada um a sua maneira, um público diferente, mas eles precisam alinhar suas equipes para trabalhar em todas as frentes. Ainda estamos no período pré-eleitoral, mas basicamente, a disputa está definida.
É evidente que ainda temos o ‘fator Solange’, que pode vir a provocar novo racha e desgaste no grupo de Elton/Marcio/Solange, mas seria imaturidade da parte dela não enxergar que ainda não é o momento propício para ela emergir. Não que Solange seja incompetente, longe disso, mas uma disputa política é um caminho que deve ser trilhado sem atalhos, tem que ter unidade e exige sacrifícios para que o alicerce seja sólido.