As manifestações dos estudantes e as investigações do MP mostram que o presidente precisa de muita habilidade política, resta saber se ele tem
Foto: Ney Cunha/Rondoniaovivo
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A expressão ‘a voz rouca das ruas’ foi dita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997 e, desde então, passou a soar com um sinal de alerta para o mundo político nacional. Naquela época, FHC pedia ao Congresso que apressasse as reformas constitucionais e a emenda que permitia a sua reeleição. Essa semana, essa mesma voz deu um sinal claro de alerta ao capitão do Exército e presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
As marchas de estudantes pelas ruas do país na última quarta-feira(15) pedindo o fim dos cortes ou, como alguns queiram, contingenciamento no orçamento das universidades e institutos federais de ensino, mostraram para o atual governo que os fantasmas que espantaram e derrubaram a ex-presidente Dilma Rouseff continuam ativos.
Paralelo a tudo isso, a família Bolsonaro ainda teve que enfrentar a investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro, por parte do Ministério Público do Rio de Janeiro, que vem revelando a incrível capacidade empresarial do filho do presidente no ramo imobiliário, onde com vendas de apartamentos conseguiu lucros acima de 200%.
Outro dado revelador é a lista de parentes que a família empregou em seus gabinetes parlamentares. Nesse caso inclui Jair Bolsonaro quando era deputado; o filho Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro. Todos empregavam os familiares com salários que variavam de R$ 4, 5 mil à R$ 9,8 mil.
Nessa semana atípica para um governo com menos de um ano no poder, o presidente se mostrou ainda mais Bolsonaro, ao comentar as manifestações estudantis, chamando os participantes de idiotas úteis e desqualificou a formação oferecida pelas instituições federais de ensino.
Para fechar a semana, o presidente divulgou um texto na internet que, segundo ele, era de um autor anônimo, onde muitos interpretaram como um admissão de que pode renunciar. Isso lembrou muito o ex-presidente Jânio Quadros, que em 1961, após sete meses no comando do país, renunciou ao cargo.
O que a nação está percebendo e o mundo também é que Bolsonaro está perdido e impedido de dar um rumo à nação. O desemprego batendo recordes, os investimentos parados, a falta de uma base forte no congresso, as suspeitas sobre os negócios da família, uma reforma da Previdência que não caiu no gosto da população, os combustíveis subindo toda semana.
Esse conjunto de fatores está acabando com o que ainda resta do atual governo. E no nosso caso, quando falamos de Brasil, se as ruas começam a se manifestar é sinal aos governantes que falta pouco para o sinal verde acender. A tradução de sinal verde é impeachment.
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