O local é discreto, seguro e todos os funcionários assinam um termo de confidencialidade
Foto: Ilustrativa
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
- “É muito arriscado, podemos encontrar algum conhecido”.
- “E qual o problema? Eles vão estar na mesma condição que a gente. Só assim vamos ficar sabendo quem tem a mente aberta como nós”.
Foi com esse argumento que Daniel conseguiu, finalmente, convencer Adriana. Os nomes são fictícios e eles já vinham falando há bastante tempo sobre o assunto mas o receio da esposa era justamente o de se expor.
Daniel e Adriana estão casados há 22 anos, com os filhos crescidos e cada um já cuidando de suas vidas. Eles se conheceram no colégio, começaram a namorar e acabaram casando. Filhos de pais conservadores cresceram ouvindo que o casamento é algo para vida toda e que brigas sempre vão ocorrer.
Os anos passaram e a vida seguiu exatamente do jeito que as famílias falavam a questão é que a chama do sexo também havia diminuído, e muito, e algo precisava ser feito se ambos ainda quisessem preservar o casamento.
Foi após algumas doses de bebida alcoólica em um momento de amor que a conversa surgiu. Daniel perguntou para Adriana se ela nunca havia pensando em ter uma relação a três, com outro homem ou uma mulher.
- “Sério que você tá me perguntando isso?” – respondeu Adriana meio sem jeito, mas já com o coração acelerado, surpreendida por uma pergunta que talvez há algum tempo esperava ouvir do marido.
- “Sim. Faz tempo que queria tocar nesse assunto contigo. Nunca te trai, mas li a respeito sobre fantasias que podem melhorar a relação de um casal”, declarou.
- “E o que você achou disso?” - perguntou Adriana torcendo para que a resposta do marido viesse ao encontro do que ela já estava imaginando e, quem sabe, pudesse dar um novo brilho à relação deles.
- “Achei muito interessante e tentador. Podíamos se informar mais e depois, quem sabe, conhecer uma dessas casas” – respondeu o marido.
- “Mas será que tem aqui em Porto Velho?”, questionou a mulher.
- “Não sei, deve ter. Mas a gente podia ir conhecer uma em São Paulo primeiro, já pesquisei e vi que lá têm várias. O que acha?”, rebateu ele.
- “Boa ideia”, concordou Adriana.
A empolgação com o tema foi tão intensa que o casal teve duas relações sexuais naquela noite, coisa que não faziam desde o início do casamento.
VIAGEM
Foram quase 03 meses de expectativa e ansiedade até o dia da viagem para São Paulo. Saíram de Porto velho em uma quinta-feira à tarde com retorno marcado para o domingo. Tinham a quinta, a sexta, e o sábado à noite para decidir o que fazer.
Quando o avião decolou a adrenalina de ambos subiu e foi aumentando à medida que se aproximavam da capital paulista. No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, Daniel alugou um carro e eles seguiram para o hotel, já reservado, e localizado próximo a uma das casas que iriam conhecer e que também já tinham feito reserva.
Imagem ilustrativa
A primeira opção, escolhida em comum acordo pelo casal, foi um ambiente com boas recomendações na internet, comentários de quem já havia ido ao local. Eles tomaram banho e se vestiram conforme o que acharam que a ocasião exigia.
Daniel com calça e camisa social de manga comprida, dobrada até os cotovelos. Já Adriana com um vestido vermelho, aberto nas costas, e comprido até um pouco acima dos joelhos. O decote era discreto, mas realçava parte dos seios dela. O salto alto lhe dava um ar de “mulherão” e escondia um pouco a estatura de 1,62 m de altura. Daniel faz elogios ao se referir à esposa.
“Eu vejo Adriana como uma mulher muito atraente e vestida como estava eu sabia que chamaria muito a atenção. Eu sei também que consigo atrair alguns olhares e nós tínhamos nos preparado para aquele dia. Assim, não podíamos de maneira alguma desviar o foco para não comprometer o que planejamos”, disse.
Imagem ilustrativa
Adriana complementa a explicação do marido dizendo que apesar de toda a ansiedade que havia no ar, eles saíram de Rondônia com um objetivo e independente do que acontecesse ou não, eles não poderiam protagonizar nenhuma reação de ciúmes, mesmo que viesse a ocorrer, para não comprometer uma inciativa que estava voltada a preservação do casamento. Produzidos e bem perfumados lá foram eles para o que definiram como “desafio”.
INFARTO
Quando chegaram ao estacionamento da casa noturna e entregaram a chave do carro para o manobrista, Daniel e Adriana contam que pareciam que estavam para enfartar. Suavam frio, mas não tinha mais volta. Na portaria, foram recepcionados por uma jovem vestida com roupa social e gravata borboleta.
A moça confirmou a reserva do casal e tomou a iniciativa de perguntar se era a primeira vez deles na casa, se tinham alguma dúvida e se necessitavam de alguma explicação. Daniel, meio que no impulso, disse que eles queriam saber tudo. A jovem compreendeu a situação e explicou em detalhes como a casa funcionava.
O casal poderia sentar à mesa já reservada e acompanhar shows de moças e rapazes que dançam em um pequeno palco. Poderiam dar gorjeta aos dançarinos, mas era proibido chamá-los para conversar ou tentar qualquer tipo de aproximação. Era permitido também andar nas dependências do local juntos ou sozinhos e se aproximar do casal que quisessem desde que os mesmos permitissem.
No local, haviam dois ambientes, um reservado e outro coletivo, que eles poderiam entrar a sós ou acompanhado. A funcionária da casa finalizou dizendo que se um homem ou uma mulher se aproximasse e estendesse a mão para Daniel ou Adriana e eles retribuíssem poderiam acompanhar a pessoa para onde ela os levasse.
Esclarecidas as regras da casa, a jovem disse que o horário que eles chegaram, 23h45, ainda era cedo e que por volta de uma e meia da manhã o local casa estaria lotado. Logo em seguida, eles foram para um corredor com uma porta que dava acesso a uma enorme sala onde haviam diversas mesas de bar, pista de dança, palco, copa e uma cachoeira artificial com água escorrendo pelas pedras.
Uma garçonete se aproximou e os levou para a mesa identificada na reserva, localizada um pouco afastada do palco onde o barulho da música era menor. Daniel pediu um vinho e duas águas minerais.
Imagem ilustrativa
Quando a garçonete virou as costas eles comentaram do luxo da casa e das informações passadas pela recepcionista. A tensão havia diminuído um pouco, mas a expectativa era por conta da primeira conversa com algum casal, ou um homem ou mulher, o primeiro contato e no desfecho que poderia ocorrer.
ABORDAGEM
Desde o momento que sentaram à mesa, Daniel e Adriana repararam em um casal sentado 04 mesas à frente deles. Um homem alto, moreno, cabelo curto, sem barba, aparentando idade na casa dos 55 ou 60 anos, acompanhado de uma morena clara, cabelos lisos até os ombros, vestido esverdeado e com idade aparente em torno dos 45 ou 50 anos.
Antes da casa começar a encher chegou a ter troca de olhares entre ambos, depois o movimento de pessoas na pista dificultou a “paquera”. Daniel e Adriana estavam na segunda garrafa de vinho, atentos aos movimentos em todo o salão quando de repente foram surpreendidos.
“Oi, boa noite! Eu sou o Heitor, não gostariam de sentar comigo e minha esposa?”, enquanto o coração de Adriana pareceu saltar do peito com aquela abordagem, Daniel, já empolgado pelas taças de vinho, olhou para a esposa e disse:
- “Concorda amor? Vamos para lá?”
Meio que no automático, Adriana sorriu, olhou nos olhos de Heitor e concordou com o convite. Eles se apresentaram, chamaram uma garçonete para levar o que havia na mesa, e seguiram acompanhando Heitor. Ao chegarem onde estava a esposa de Heitor, ela levantou e os cumprimentou:
- “Oi, eu sou a Juliana! Muito prazer!”
- “Prazer, Juliana! Sou a Adriana e esse é meu marido Daniel”.
- “Oi, Juliana! Prazer!”
Feitas as apresentações, Heitor e Juliana, que já tinham alguma experiência no assunto, se posicionaram na mesa de um jeito que puderam ficar muito próximos ao novo casal de amigos. O vasto conhecimento do casal sobre o tema fez fluir a conversa e permitir que Daniel e Adriana confessassem segredos e desejos.
No decorrer do tempo, um beijo, um toque íntimo e um pouco mais de bebida foram fundamentais para que o casal de Rondônia terminarem a noite no bairro Pinheiros, região de classe média alta de São Paulo, na casa do novo casal de amigos.
Na sexta e no sábado, os dois casais se divertiram em outras duas casas de swing e no domingo retornam para Rondônia sem ter dormido uma noite sequer no hotel que reservaram. Sobre como foi a primeira experiência deles com outra pessoa na cama, Daniel e Adriana dizem que embora o nervosismo tudo aconteceu do jeito que eles imaginavam.
- “Foi tudo tão natural com Heitor e Juliana que quando vimos já estávamos envolvidos pelo aconchego e encanto deles”, explicou Daniel.
- “Heitor foi gentil, carinhoso, compreensivo e paciente o que permitiu que eu me sentisse tranquila mesmo estando ‘alegre’ pela bebida”, esclareceu Adriana.
PORTO VELHO
A primeira viagem para São Paulo foi a largada para outras experiências na capital paulista, no Rio de Janeiro e em Curitiba. Heitor e Juliana passaram contatos de outros casais e os encontros aconteceram naturalmente.
Foi em um desses bate papos pela rede de amigos que eles formaram que descobriram um casal, em Porto Velho, com os mesmos interesses. Foi apenas uma questão de tempo para que Daniel e Adriana passassem a frequentar a Casa do Éden, como assim é conhecido o local de encontros de casais na capital de Rondônia. O ambiente é particular onde só entram casais devidamente identificados e indicados por outro casal frequentador da casa.
Atendendo a um pedido meu, Daniel conseguiu convencer o proprietário a me receber e também mediou meu encontro com outro casal do interior que vem uma vez ao mês para Porto Velho.
Sobre a relação conjugal de Daniel e Adriana, eles afirmam que houve uma mudança radical no relacionamento, e para melhor, desde a primeira experiência com outro casal ocorrida há 03 anos.
“Algumas briguinhas sempre vão continuar acontecendo, coisa normal de um casal. Mas nossos desejos até então reprimidos hoje nos possibilitam ver a vida de outra maneira. Não quero incentivar ninguém a nada e muito menos dizer para que você pegue sua esposa ou namorada e vá frequentar uma casa de swing que sua vida vai ser maravilhosa, nada disso. Apenas afirmo que isso acendeu uma chama que estava para se apagar e, por enquanto, mantém uma relação que já vai para quase 30 anos”, finaliza Daniel. Simpático, ele agradeceu a entrevista e disse, sem pedir para ler antes, que aguardaria ansioso, a forma como eu contaria a história deles.
FILMES ERÓTICOS
Régis e Mônica estavam casados há 05 anos quando começaram a assistir filmes eróticos para apimentar a relação. Sempre acompanhada de uma bebida, a conversa sobre o filme seguia, inevitavelmente, para o caminho das fantasias sexuais de cada um. Os desejos secretos que eles tinham e que pareciam ter que ficar somente na imaginação.
Em uma das conversas surgiu o debate sobre como ter relação com uma terceira pessoa ou casal. De que forma poderia haver uma aproximação com pessoas confiáveis sem parecer vulgar, devasso ou adúltero?
Em comum acordo, Régis e Mônica estabeleceram que a insinuação para alguém poderia ser o pontapé inicial. Conseguido o encontro, o próximo passo seria abrir o jogo, contar os desejos e avaliar como seria a reação da pessoa.
O casal tinha um jovem amigo que saía direto com o filho deles e frequentava bastante a casa. Pelo menos uma vez na semana eles inventavam uma janta para ficar até altas horas bebendo e jogando cartas. Vilson estava sempre lá.
Regis gostava do jovem pela educação e simpatia e Mônica mais ainda. Admirava a beleza, o vigor e a pureza demonstrada pelo rapaz de 20 anos que se mostrava tímido ao mesmo tempo em que, aos olhos de Mônica, parecia ser sedutor, com um “vulcão” pronto a entrar em erupção se fosse provocado.
Conversa vai conversa vem, e Régis concordou com a estratégia sugerida por Mônica para tentar atrair os olhos e o desejo sexual de Vilson. Eles estavam saindo de férias para a praia e teriam 20 dias para elaborar bem o “plano” ou então descobrir outra alternativa que propiciasse um jeito de sair da rotina na relação conjugal.
VOLTA DAS FÉRIAS
A pele bronzeada, com marcas de biquíni em destaque ao usar roupas mais decotadas ou de mangas cavadas, realçava o corpo e a beleza de Mônica. Era inegável que por onde ela passava atraia os olhares tanto de homens como mulheres e com a pele bem morena de sol então parecia soltar um brilho sedutor que dominava o ambiente onde estivesse.
No primeiro fim de semana após o retorno da praia aconteceu a tradicional janta com jogo de cartas na casa deles. Mônica e Régis, que haviam deixado o Filho Lucas na praia, convidaram para o jantar o casal de amigos, Vanessa e Fernando e também chamaram Vilson.
Era uma noite quente e Mônica estava usando um vestido “tomara que caia”, simples de verão, que realçava suas pernas medianas e mostrava toda a cor achocolatada conquistada nos dias de praia. Vilson “sentiu” um calor estranho ao se deparar com Mônica bonita como estava. O casal de amigos, Vanessa e Fernando, elogiou a pele queimada de ambos, já que Régis também tinha conquistado um bonito bronzeado.
Após o jantar de Salmão ao molho de laranja acompanhado de cerveja e vinho era hora de formar as duplas para o jogo de cartas. Régis disse para Vilson enfrentar o casal de amigos jogando com Mônica, pois ele iria ajeitar as coisas na cozinha e depois entrava no jogo.
Vilson concordou tentando esconder a animação já que estava encantado com a beleza pós praia da mãe do amigo. As duplas ficaram frente a frente e o carteado começou. À medida que a bebida ia fazendo efeito no quarteto a conversa e a descontração aumentavam.
O rapaz olhava fundo nos olhos de Mônica que em certo momento encostou, por debaixo da mesa, suas pernas nas de Vilson que apenas sorriu tomado de excitação. Mônica percebeu o calor no amigo do filho e prosseguiu com a “brincadeira”.
Quando Régis retornou da cozinha não quis entrar no jogo dizendo que estava com dor de cabeça e apenas assistiria. Passados alguns minutos, ele pediu licença para deitar um pouco mas que era para o jogo continuar.
Após quase 02 horas de bebida e diversão, Fernando e Vanessa levantaram e foram embora argumentando que já estava tarde e que as filhas Luiza e Valentina haviam ficado sozinhas em casa.
Quando o casal saiu Mônica pediu para Vilson assistir um pouco de filme com ela, já que estava sem sono e Régis já estava dormindo. O jovem, desconfiou do pedido mas louco de excitação, concordou.
“Ele sabe de tudo”
Mônica chamou Vilson para sentar na sala de visitas onde havia uma televisão com acessórios que permitiam ver um filme como se fosse no cinema. Sentados lado a lado no mesmo sofá, com a luz principal apagada ficando apenas em uma penumbra, eles começaram a assistir 'Comer, rezar e amar' que tem Júlia Roberts no papel principal.
Conversavam, bebiam e acompanhavam o DVD. Quando deu uns 30 minutos de filme Mônica pediu licença um pouco e disse que já voltava. Vilson estava concentrado no filme quando Mônica voltou e sentou ao seu lado. Ao fixar os olhos na mãe de seu amigo Vilson quase enfartou.
Mônica estava vestida apenas com um baby doll, branco, transparente. Vilson tentou falar algo mas teve o dedo indicador de Mônica colocado em sua boca. Ela apenas sussurrou:
- “Relaxa. Está tudo sob controle”.
A afirmação convicta e aparentemente tranquila de Mônica diminuiu um pouco a adrenalina de Vilson que se deixou envolver pela situação e se rendeu aos movimentos coordenados pela mãe de seu melhor amigo.
O clima entre ambos estava quase no limite do clímax quando Vilson levou outro susto. Percebeu Régis espiando pela cortina tudo que acontecia na sala. Tentou se afastar de Mônica que também havia percebido a cena e mais que depressa disse:
- “Calma, calma. Ele sabe de tudo que está acontecendo”.
- “Como assim? Disse Vilson confuso”.
- “Nós planejamos isso, se acalme”.
Mônica contou toda a história para o jovem inclusive porque a conivência do marido com a situação e qual era o objetivo deles. Vilson aparentemente compreendeu o que se passava mas após outros 03 encontros com Mônica se afastou. Disse que se continuasse com a relação não conseguiria, ao mesmo tempo, administrar a amizade com Lucas e Régis.
A liberdade do fetiche de Régis, consentida em comum acordo pelo casal, abriu caminho para novas aventuras. Hoje, eles também se reúnem com outros casais e dividem experiências. Embora participem de encontros na Capital sempre programam, a cada 60 dias, viagens para outros lugares.
Afirmam que a vida sexual que levam é cercada de todas as garantias contra qualquer tipo de ato contrário a segurança ou à saúde. Dizem que o casamento aberto é uma opção pessoal que lhes faz bem e conserva a harmonia e o respeito entre ambos.
PONTO DE ENCONTRO
A Casa do Éden não é um paraíso e muito menos um jardim, mas é inegável que para os frequentadores é um lugar de delícias. Quem trabalha no local (garçons, atendentes e dançarinos) teve que assinar um documento garantindo sigilo absoluto.
O não cumprimento das normas é passível de ação penal e indenizatória. O dono da casa, embora tenha dito que já conhecia a seriedade de meu trabalho como jornalista, só conversou comigo mediante o mesmo compromisso de seus funcionários.
Assinei um termo de responsabilidade onde garantia o sigilo total sobre a localização da residência, seus frequentadores, os dias de evento e como isso acontece. Só podia citar que o lugar é na região central da cidade, nada mais além disso.
Erasmo (nome fictício) é um homem de negócios, bem sucedido, que junto com a ex-esposa também queria conhecer o mundo íntimo de casais com desejos secretos. Também foi em São Paulo que teve suas primeiras experiências, ficando fascinado pela seriedade com que os envolvidos tratavam o assunto.
Depois de algum tempo resolveu apostar que poderia haver espaço em Porto Velho para uma casa semelhante às que conheceu. Tomando um suco de abacaxi com hortelã na sala de estar da residência dele, ele me disse:
“Pessoas com desejos proibidos e que ainda são mal vistas por uma parte da sociedade, tem em todo o lugar e claro que eu tinha certeza de que em Porto Velho poderia encontrar casais com o mesmo pensamento meu e de minha esposa na época. Com a troca de informações que você consegue a partir do momento que entra nesse círculo muito restrito eu fui conversando com um, com outro e cheguei à conclusão que havia mercado e público para uma casa aqui. Só que não poderia ser uma coisa aberta a qualquer um e muito menos um lugar para receber curiosos. Era preciso criar algo para um público seleto e fiel. Também pensei nas pessoas do interior que tem os mesmos interesses e que, dependendo da situação, jamais podem falar sobre esse tema em suas cidades”, contou.
- “Entendo. E como fez então?” –perguntei.
- “Primeiro conversei com casais aqui na Capital e depois fui entrando em contato com algumas pessoas do interior que conversaram com outros que conheciam. O tema se espalhou e fizemos um primeiro “encontro” em Porto Velho. Depois vieram o segundo, terceiro e quando chegou o momento certo e a estrutura que você viu foi montada. Hoje estamos com 5,6 vezes o tamanho do que éramos há 02 anos”, relatou.
Erasmo diz ainda que a Casa funciona como uma empresa e precisa cumprir com todas as obrigações trabalhistas e legais. “Nosso custo de manutenção é alto. Só para você ter uma ideia, um atendente nosso ganha salário acima da média. Por que isso? Porque exigimos exclusividade, dedicação e sigilo absoluto. Se quisermos ter um funcionário modelo temos que exigir e pagar por isso”, declarou.
O empresário explicou também que montar a equipe de funcionários não foi nada fácil e até um psicólogo avaliou o perfil de cada candidato à vaga disponível. O maior receio dos casais sempre foi a privacidade até porque algumas pessoas que frequentam o Éden, de acordo com Erasmo, são conhecidas na sociedade.
Ele finalizou dizendo que o negócio é igual a outro qualquer e que se mantém justamente por ter uma clientela diferenciada que paga, e bem, por atendimento qualificado, de alto nível e, principalmente, discreto.
RESPEITO E DIÁLOGO
A psicóloga Euza Belote trabalha há 05 anos com terapia de casais. Ela conta que a falta de diálogo é o principal fator que leva casais até seu consultório. “O marido quer uma coisa. A mulher outra. Eles não se conversam, cada um vai para um lado e depois vem os conflitos”, explica a psicóloga.
Euza Belote, psicóloga e terapeuta de casais
Euza diz que às vezes coisas banais como jogo de futebol ou ida ao cinema podem virar motivo de discussão simplesmente por não haver uma conversa. “Na terapia de casais ambos defendem suas posições, mas chega um momento em que há um consenso de que realmente tudo era apenas questão de sentar e conversar. Normalmente as terapias duram até um ano e os casais costumam se entender”, declarou.
Sobre a questão dos casais que participam de swing, a psicóloga explica que a vida sexual em um casamento também exige diálogo e se o casal optou por esquentar a relação dessa maneira é porque justamente teve uma conversa onde houve um entendimento para isso.
“Onde os dois estão de acordo tudo é permitido desde que haja o respeito à vontade do outro. Nada pode acontecer forçadamente. Se eles se doam a isso, tomam todos os cuidados exigidos com a saúde e estão felizes, porque alguém de fora que não tem nada a ver com a relação vai se se sentir incomodado?”, questionou Euza.
Finalizo essa matéria respondendo com uma frase da ucraniana mais brasileira que os amantes da literatura conhecem: “Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”.
A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.
Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!