Droga para disfunção eréctil provoca enrijecimento do protozoário causador da doença
Droga para disfunção eréctil / Foto: Oglobo
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
A descoberta de novas funções para medicamentos não é rara na medicina. A sildenafila — usada para o tratamento da disfunção eréctil e conhecido popularmente pela marca Viagra —, por exemplo, era estudada para o tratamento da hipertensão antes de ser indicada para a impotência sexual. Agora, essa mesma droga pode se tornar uma aliada no combate à malária. Um estudo publicado no início do mês na revista científica PLOS Pathogens mostra que a “pílula azul” é capaz de impedir que o parasita que causa a doença passe de humanos para os mosquitos.
A malária é uma doença infecciosa causada pela picada de um mosquito Anopheles que esteja infectado por protozoários do gênero Plasmodium. Após o contágio, o parasita se instala no fígado do paciente para se reproduzir e, após o período de maturação, ataca os glóbulos vermelhos. Quando um mosquito não infectado pica um humano doente, ele se torna vetor, facilitando a expansão da doença.
O estudo, realizado por pesquisadores franceses e ingleses, mostrou que a sildenafila, o Viagra, torna rígido o parasita dentro dos glóbulos vermelhos. Isso faz com que a própria célula se torne mais rija, o que torna mais fácil a sua eliminação pelo baço. Sem a droga, o Plasmodium deforma a parede celular e consegue se ”esconder” das defesas do organismo.
Apesar de o paciente continuar com a doença até o fim do tratamento, os glóbulos vermelhos infectados são eliminados rapidamente, impedindo que um novo mosquito seja infectado.
— Essa estratégia abre novos caminhos para o desenvolvimento de novas intervenções que impeçam a expansão da malária para os humanos — disse Ghania Ramdani, líder dos pesquisadores, ao jornal britânico “Mirror”.
Atualmente, o tratamento da malária tem como alvo a forma imatura do parasita, que fica alojada no fígado. O estudo abre espaço para o combate à forma madura do Plasmodium. A ideia é que uma forma alterada da sildenafila seja ministrada aos pacientes, sem o efeito da ereção.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 3,2 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco para malária. Em 2013, foram registrados 198 milhões de casos da doença, com estimadas 584 mil mortes.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!