Peças e equipamentos das locomotivas, entre rodas, latarias, apitos, sinos e latarias, sobretudo das de número 18 e 50, foram roubadas – e até sequestradas – até agora ainda não foram recuperadas pelas autoridades.
Foto: Assessoria
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Porto Velho, RONDÔNIA – Por si só dentro do guia da vida contemporânea dos porto-velhenses, não é de hoje que os bens tombados da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e da Vila Ferroviária são cobiçados por conta e risco do poder púbico.
Peças e equipamentos das locomotivas, entre rodas, latarias, apitos, sinos e latarias, sobretudo das de número 18 e 50, foram roubadas – e até sequestradas – até agora ainda não foram recuperadas pelas autoridades.
Além das peças, do interior dos armazéns, muitos outros componentes foram furtados. De trilhos, luminárias, pias, lavatórios de rostos, espelhos, vitrines a travas e ferrolhos vindos do Reino Unido e Estados Unidos, sofreram descaminhos em face do abandono das marias-fumaça, banheiros e alojamentos do Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro, em Porto Velho.
Por conta do mato nas encostas dos barrancos que limitam o Complexo e o entorno da Vila Ferroviária, na altura das avenidas Farquar e Sete Setembro, o local virou “mocó” (esconderijo) de bandidos e o tradicional “trotoir” (movimentação buscando oferecer programas sexuais).
Além dos furtos de peças históricas, há registros de assaltos e até estupros de estudantes e mulheres que circulam do centro comercial aos bairros do Cai N’Água e Baixada da União que, necessariamente, têm que encurtar o caminho para casa, ao mercado do peixe ou viajar para Manaus.
Nem mesmo o casario antigo que compõe a centenária Vila Ferroviária vem sendo poupado pelos ladrões, traficantes e viciados que infestam à Madeira Mamoré e adjacências do centro antigo de Porto Velho.
- A cada tentativa de depredação das locomotivas, litorinas, armazéns e das fachadas dos imóveis que compõem o Complexo e a Vila Ferroviária, os porto-velhenses perdem seu patrimônio secular, afirmam José Bispo Girão e George Telles, “O Carioca”.
Sobre o assunto, este site chegou à conclusão que, “há leis que protegem o patrimônio histórico; só que não são cumpridas pelo poder público e político rondoniense”, diz a acadêmica Francisca Souza da Silva, 53, assídua frequentadora dos ambientes locais.
Aguerridos José Bispo Girão e George Telles, dirigentes da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (ASFEMM), “é preciso que as autoridades permitam que moradores, turistas e visitantes voltem a caminhar pelas ruas e ambientes históricos na área central antiga de Porto Velho”.
Aos menos atentos, com o abandono do principal patrimônio histórico dos rondonienses, onde o mato alto e a vagabundagem imperam há anos, “não se dão conta do rico acerto da cultura ferroviária europeia e norte-americana em Porto Velho”, aduziu um historiador amazonense no domingo 18.
Apesar da presença marcante das locomotivas e litorinas, em tamanhos reais e por expositores na Central de Artesanato local, e do casario datado do século 19, é anda visível nas fachadas das casas, o traço fortíssimo de artistas portugueses, ingleses, americanos, barbadianos e até latinos.
Na comparação do antes e depois dos vários ciclos econômicos ( Estrada de Ferro, do látex, madeira, do ouro e das usinas), foi durante o século passado que o Complexo Ferroviário foi mais bem tratado e valorizado, com o início em 1999 do pedido de transferência das áreas da FIGURA A ao município sob a chancela da Associação dos Moradores da Baixada da União.
À época, o pedido foi feito ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e referendado pelos ex-presidentes Luís Inácio Lula e Dilma Rousseff (PT). Para isso, Memorando de número 2795 já em 2012, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com aval da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), mais Departamento de Destinação Patrimonial e Coordenação Geral da Amazônia Legal, davam o início à regularização dos imóveis.
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