Soluções mais simples e a custos baixos são mais eficazes, como a construção de canteiros de fluxo contínuo, fechamento da interseções, retornos com estrangulamentos da via e sinalizações horizontais e verticais das vias.
Foto: Secom - Governo de Rondônia
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A implantação de semáforos em locais onde ocorrem muitos acidentes de trânsito não resolve o problema, a afirmação é do coordenador do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito de Rondônia (Renast), do Detran Rondônia, João Almeida de Barros Lima Neto. Soluções mais simples e a custos baixos são mais eficazes, como a construção de canteiros de fluxo contínuo, fechamento da interseções, retornos com estrangulamentos da via e sinalizações horizontais e verticais das vias.
“São comprovados com estudos e dados estatísticos que a região no entorno onde existem semáforos o número de acidentes de trânsito aumentam”, afirmou.
Segundo João Almeida, em um passado não muito distante era comum buscar como solução em polos geradores de acidentes a implantação de semáforos, sem buscar outras alternativas para reduzir os índices no local. “Estudos comprovam que alternativas econômicas são mais eficientes que a implantação semafórica”, ressaltou.
Porto Velho passou por uma situação atípica a partir de 2010. Com a construção das usinas hidrelétricas no rio Madeira, a cidade recebeu um grande número de pessoas e de carros, que refletiu em todos os setores e, principalmente, no trânsito. Em 2013, por meio de convênio com o município de Porto Velho, o Detran investiu R$ 4 milhões na aquisição de 16 semáforos inteligentes.
Posteriormente ficou comprovado, por meio de estudos, que soluções pontuais são mais eficazes que a implantação dos semáforos, sem falar no custo benefício. João Neto cita como exemplo a Avenida José Viera Caúla, no trecho entre a Avenida Rio Madeira e a Guaporé, local onde ocorriam muitos acidentes de trânsito, e o problema foi solucionado com uma obra de fluxo contínuo, sem retorno, que zerou os acidentes no local.
O referido trecho tem 16 cruzamentos, antes da obra os motoristas podiam fazer retorno em todos eles. Com a construção do canteiro central, o motorista tem que percorrer 1.400 metros para fazer o retorno com segurança. “Com essa medida, o índice de acidentes caiu para zero e o custo da obra para construir o canteiro de fluxo contínuo é mínimo, se comparado ao valor de um semáforo”, afirmou o coordenador.
Ele explica, ainda, que o número de acidentes aumentam na região que têm semáforos porque os condutores buscam vias alternativas para fugir deles, o que acaba aumentando o o fluxo de veículos em vias sem sinalização, que são mais propícias aos incidentes.
Outro exemplo é o trecho da avenida Migrantes com Rio Madeira e Guaporé. O retorno da Rua 10 era campeão de acidentes de trânsito; em 2012 com a construção de um empreendimento na região, ficou estabelecido como compensação social a reformulação do trânsito no local. “Uma medida simples, que foi o fechamento da interseção; foram feitos retornos com estrangulamento da via e faixas de pedestres, e aí acabaram os acidentes do trecho”, destacou.
Outro exemplo bem marcante, pela quantidade de acidentes registrados na época, foi a pavimentação da rua Pirapitinga no bairro Lagoa, que dá acesso a um grande estabelecimento comercial que fica às margens da marginal na BR-364. Foi feita a pavimentação da via, mas não fizeram a sinalização horizontal e vertical, por este motivo ocorreram muitos acidentes. Até hoje a via continua sem sinalização, mas como os condutores passaram a conhecer o local, os acidentes diminuíram.
João Neto ressalta a importância dos municípios e dos órgãos ligados ao setor, como o Departamento Nacional de Transporte Terrestre (Denit) e instituições policiais, trabalhem juntos com o Detran com o intuito que buscar soluções para segurança viária baseado em dados científicos dentro da realidade de cada região.
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