Suicídio – Por Pastor e psicólogo Aluízio Vidal

Aluízio Vidal

07 de Março de 2017 às 08:23

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Suicídio – Por Pastor e psicólogo Aluízio Vidal

Foto: Divulgação

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Cada vez que nos deparamos com a morte, nos deparamos com nossa maior angústia: o limite da existência que conhecemos. Mas quando esse limite nos é apresentado através do suicídio de alguém representativo para nós, mais forte ainda fica a impressão em nossa alma.

Cada um de nós procura seu caminho para driblar o peso que essa vida bela, mas dura, nos impõe. Sempre foi e sempre será assim. O problema, no entanto, é quando imaginamos que a escolha do outro deveria ser exatamente a nossa, pois essa não apenas é a melhor, como também a única, sem considerarmos que a experiência de cada pessoa jamais poderá ser comparada com a de outra.

Tudo isso cabe nos questionamentos conceituais de nossas avaliações, contudo, o suicídio em grande parte das vezes se dá como resultado de um processo depressivo intenso, desenvolvido por causa de uma angústia profunda do momento ou de um processo que se arrasta por anos.

A depressão ainda é desconhecida de grande parte da população e essa ignorância nos expõe aos perigos do que ela é capaz de produzir, bem como a julgamentos injustos, inúteis e, algumas vezes, hipócritas, a respeito de quem enfrenta tal tormento “psico-químico”. Há intensidades diferentes de depressão, há causas externas diferentes de depressão e há depressões sem causas externas próximas, que acompanham a vida de uma pessoa durante anos. Quem vivencia esse tipo, em vários momentos não consegue ver algum motivo para continuar vivendo, experimentando apenas uma profunda dor em sua alma e a vida perde totalmente a sua cor.

O tratamento constante (quase sempre com remédios), a psicoterapia, o exercício físico aeróbico, a ressignificação da vida através da fé, o apoio familiar desde a infância, os amigos presentes e compreensivos são sempre as opções que a pessoa tem para passar por cada etapa de crise pela qual passa.

O problema é que para algumas pessoas nada disso foi suficiente. O que nos resta a fazer? Julgar? Questionar a experiência daquela pessoa? Não. Até porque, quase sempre, aquilo não foi resultado de uma experiência única, mas de um conjunto de fatos causadores de depressão e/ou causado pela depressão. O que nos resta é cuidarmos de nós mesmos, pedirmos ajuda, assumirmos o nosso papel na responsabilidade que temos uns com os outros e trabalharmos para que a nossa vida tenha sentido e faça sentido na vida das demais pessoas.

Albert Camus afirmava que diante da vida absurda, nos restam a aniquilação do suicídio, a fé religiosa ou o racionalismo. Como não optava por nenhuma dessas três opções, preferia dar ele mesmo sentido à sua vida sem sentido através da solidariedade e da aventura pessoal.

Diferentemente de Camus, ouvi a palavra de Jesus me dizendo: Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e vos aliviarei. Nele tenho encontrado força, e esse tem sido o suficiente para suportar os dias que experimentei episódios depressivos, nem sempre percebidos pelos outros.

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