A situação ocorreu na manhã da quarta-feira (01), mas chegando lá o problema piorou: ela quase quebra o pescoço ao sentar em uma cadeira. “Como estou com alguns problemas no ovário, tentei fazer alguns exames no Hospital. Como não estavam disponíveis e mo
Foto: Divulgação
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Seria cômico, se não fosse trágico: a agricultora Lucilândia Novaes, de 28 anos, moradora da zona rural de Monte Negro foi buscar atendimento no posto do Setor 01 da cidade para fazer alguns exames que não estavam disponíveis no Hospital Municipal.
A situação ocorreu na manhã da quarta-feira (01), mas chegando lá o problema piorou: ela quase quebra o pescoço ao sentar em uma cadeira. “Como estou com alguns problemas no ovário, tentei fazer alguns exames no Hospital. Como não estavam disponíveis e moro em um sítio, eu e meu esposo seguimos para o postinho do Setor 01, no Centro.
Eu estava conversando com ele, quando sentei na cadeira e caí para trás. Não consegui ficar em pé, já que estava com muita tontura, a visão apagava e com muita, muita dor. Mesmo assim, algumas pessoas que trabalhavam lá, ainda tiraram brincadeiras sem graça comigo, perguntando se eu tinha mostrado meus 'fundos'. Nem ligaram em me atender e ajudar”, desabafou ela.
Já não bastasse a humilhação em busca de um atendimento que não existe e a chacota de quem deveria prestar um serviço digno à população, mesmo com a situação preocupante, Lucilândia ainda teve que esperar por muito tempo a ambulância lhe socorrer. “Não tenho muita noção do tempo, só sei que estava como muita dor no pescoço. Dizem que esperei mais de 20 minutos. Fui levada pro hospital, fizeram um raio-x do meu pescoço, me deram duas injeções e me liberaram. Acho que nem fiquei meia hora lá. O certo era ficar internada em observação. Hoje [quinta-feira], ainda estou sentindo muitas dores de cabeça e tonturas. Só estou de repouso e nem sei quando vou voltar pra casa. Ainda fico pensando: já que a cadeira estava quebrada, por que deixaram lá? Se fosse uma mulher grávida? Um idoso? Eu pensei que tinha quebrado meu pescoço, iria morrer”, falou ela.
Mais denúncias
Com quase dois meses de administração, além da transição feita com a equipe do ex-prefeito Júnior Miotto (PP), o atual prefeito Evandro Marques e equipe estão perdidos na falta de tomada de decisões na saúde de Monte Negro. O Rondôniavip recebeu mais uma denúncia, onde no último domingo (29), o Hospital Municipal Irmã Dulce ficou sem médico plantonista.
De acordo com os relatos, o profissional que estava escalado para o plantão havia viajado e não teve a substituição. Ou seja, a unidade ficou sem médico. Outro fato que deve chocar a população é de uma paciente que estava em tratamento de câncer, mas morreu no início da tarde do domingo (29), dentro da unidade que estava sem médico.
Porém, mesmo a paciente em fase terminal da doença, a pergunta que não pode deixar de ser feita: se outra vítima em estado grave de saúde precisasse do médico, como seria atendida? Quem a atenderia?
A equipe de reportagem do Rondôniavip tentou entrar em contato com a Prefeitura durante toda a segunda-feira (30), pelos e-mails: gabinetemontenegro@gmail.com e contato@montenegro.ro.gov.br, mas até o fechamento desta matéria, no final da tarde da quinta-feira (02), não recebemos nenhum retorno. Uma prova do descaso com a população.
Apelo
No dia 09 de dezembro do ano passado, dia da diplomação do prefeito Evandro Marques (DEM), da vice, Micele Albano (SDD), e dos vereadores, a promotora de Justiça do Ministério Público Estadual, Priscila Matzenbacher Tibes Machado, ainda fez um apelo aos recém-diplomados para que cuidassem da saúde. Mas, parece que o pedido especial foi esquecido pelos políticos de Monte Negro. “A questão da saúde que em Monte Negro está bastante deficiente, eu sou promotora da saúde e bem conheço aqui. Precisamos realmente como meta prioritária, sentar e conversar a pasta da saúde, de maneira que as pessoas sejam atendidas. Muito especialmente que com a aprovação da PEC 55, me parece ser aprovada, nós teremos aí 20 anos de congelamento de gastos, até por isso, vocês estão entrando em algo muito perigoso! Vocês estão assumindo um compromisso bastante perigoso. O prefeito e vice têm a chave do cofre na mão, mas esse cofre está ficando cada vez mais pobre. Do outro lado, como a doutora Márcia já colocou: nós temos instituições que fiscalizam e que estão em cima, as vezes até sendo mal compreendidas, o Ministério Público só faz o seu trabalho! E nosso trabalho é realmente fiscalizar e cobrar. Nós somos o papel do próprio povo de perto. Que a Câmara não seja submissa ao prefeito, que ela exerça o papel de fiscalização do plano de governo. Que a Câmara e o prefeito também permitam que os conselhos de direitos tenham espaço aqui dentro. Os conselhos de direitos sejam de qual esfera for, eles são na verdade a grande força de vocês, e quando vocês conseguem que as ações sejam aprovadas no conselho, vocês têm o aval direto da sociedade, e isso só vem fortalecer o trabalho e vem trazer mais transparência às ações realizadas. A comemoração foi lá no dia da eleição, a partir de agora é trabalho efetivo mesmo”.
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