Em Rondônia, delegados decidem não registrar ocorrências de crimes após às 13h30

Em Rondônia, Delegados decidem não registrar ocorrências de crimes após às 13h30

Em Rondônia, delegados decidem não registrar ocorrências de crimes após às 13h30

Foto: Divulgação

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Alegando sobrecarga de trabalho e efetivo reduzido, os delegados da Polícia Civil de Rondônia decidiram que, a partir das 13 horas e 30, suas respectivas delegacias não mais registrarão boletins de ocorrência - excetuando os flagrantes e os pedidos de medidas protetivas. Quem precisar efetuar algum registro, que se desloque para outros municípios.

A decisão, altamente prejudicial à população, que enfrenta uma onda avassaladora de violência em todo o Estado, foi tomada no dia 22 de agosto passado, durante reunião na cidade de Ji-paraná.

Estavam presentes delegados regionais de polícia, o diretor de polícia do interior e o presidente do sindicato da categoria.

A decisão, de acordo com ata lavrada na ocasião, foi tomada  porque o Governo do Estado se recusa a receber as folhas de ponto com as horas "efetivamente" trabalhadas, obrigando os delegados a assinarem "documentos públicos de forma fictícia", ou seja, das 7h30 às 13h30, de segunda a sexta-feira, quando estariam trabalhando muito mais que isso.

Os delegados dizem que trabalham "24 horas por dia, sete diz por semana, por vezes sozinhos, em cidades do interior".

Por não receberem horas extras, os delegados decidiram estabelecer que as delegacias de vários municípios não deverão registrar ocorrências a partir das 13h30 dos dias úteis, sábados, domingos e feriados.

Quem mora em Buritis, por exemplo, e precisar registrar uma ocorrência, terá de se deslocar até Ariquemes. Os mesmo ocorrerá com os moradores de Machadinho e Jaru, que também deverão se deslocar até Ariquemes. Ouro Preto do Oeste, Mirante da Serra e Presidente Médici, só em Ji-paraná.

O acordo entre os delegados vale para o estado inteiro, de Guajará Mirim a Costa Marques.

Em alguns casos, a decisão abrange, inclusive, casos de flagrante e adoção de medidas protetivas.

Comissários de polícia foram alertados pelos delegados a não receber presos em flagrante nem providenciar medidas protetivas a quem se sentir ameaçado. A alegação é de que, por não terem celas e alimentação, as instalações da Polícia estariam violando a dignidade dos presos.

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