Cero constata 120 mil pessoas com algum tipo de deficiência na capital
Foto: Divulgação
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Um quarto da população de Porto Velho [atualmente estimada em 480 mil habitantes] tem algum tipo de deficiência, predominando a física (40%), auditiva (30%), e o restante, intelectual e visual. Os percentuais são computados pelo Centro de Reabilitação de Rondônia (Cero), no Bairro Mariana.
“O grande problema ainda é a descontinuidade do tratamento, porque muitos pacientes praticam a deserção”, informou o diretor do Cero, fisioterapeuta Yargo Alexandre Farias de Machado.
Inaugurada no final da semana passada, a sala de estimulação sensorial do Centro atenderá, a partir desta semana, 12 pacientes em média por dia. Segundo a terapeuta ocupacional Areta Pessoa, a sala receberá acometidas de paralisia cerebral, autistas, deficientes visuais, auditivos e cognitivos.
No primeiro quadrimestre de 2016 [janeiro-abril], o Cero computou 9.833 procedimentos em 1.873 pacientes.
A área de fonoaudiologia atendeu 308 pacientes, totalizando 812 procedimentos; a área fisio infantil recebeu 333 crianças com 2.522.
Problemas psicológicos afetaram 222 pessoas, para os quais houve 1.046 procedimentos; 90 pacientes do serviço social demandaram 458. Demais áreas: psicopedagogia, 89 e 235 respectivamente; fisioterapia de adultos, 534 e 3.130.
A sala de estimulação sensorial se parecerá o máximo possível com uma casa e nela também serão instalados fogão a gás, forno de micro-ondas, armário e guarda-roupa.
Pacientes de fonoaudiologia e fisioterapia poderão usar estímulos sonoros, vários tipos de texturas e percepção de cores. Pacientes que sofreram paralisia cerebral chegam ao Cero com deficiências auditiva, física e intelectual. Assim, conforme observou a acadêmica Cleidenir Fernandes, habilidades e patologias fornecem indicadores da avaliação de cada um.
“A montagem da sala durou dois meses e ainda receberá mais equipamentos”, anunciou o coordenador Rodrigo Campos.
Esse trabalho foi feito por um grupo de 18 acadêmicos da terceira turma de terapia ocupacional da Faculdades Integradas Aparício Carvalho (Fimca).
Ao apresentar o novo recinto, acompanhada do diretor Yargo Machado, a terapeuta Areta Pessoa destacou a importância dos objetos colocados num painel e nas paredes, entre eles, bolas de pingue-pongue, canequinhas, peças para encaixe [um deles com a imagem da Branca de Neve] tomadas de lâmpadas, espirais de caderno, cadarços, clips e CDs.
“Se o paciente frequentar com regularidade, tem grande chance de melhorar a motricidade”, assinalou Areta. Motricidade é o conjunto de funções nervosas e musculares que permitem os movimentos voluntários ou automáticos do corpo.
NEUROLÓGICOS E ORTOPÉDICOS
Na área de terapia ocupacional, a maioria dos 1.630 procedimentos feitos no primeiro quadrimestre são neurológicos e ortopédicos [fraturados em membros superiores, sequelados de acidente vascular encefálico-AVE e trauma cranioencefálico], informou a terapeuta Marise Hardt. Com ela trabalham mais duas profissionais.
“Temos aqui pacientes com vários graus de deficiência e trabalhamos a funcionalidade de cada um; cada caso comporta um estímulo, dentro da atividade da vida diária e prática”, ela explicou.
A clientela de fonoaudiologia [crianças acima de 12 anos] é formada por pacientes de Porto Velho, Candeias do Jamari e dos distritos ribeirinhos do Rio Madeira, informou a fonoaudióloga Graciele Varnou.
Segundo ela, as quatro profissionais do setor têm praticado constantemente a estimulação precoce para microcéfalos [indivíduo cuja cabeça é pequena em consequência do desenvolvimento do encéfalo]. A disfagia é uma condição comum em pacientes com doenças neurológicas e naqueles com tumores ou traumas da boca ou garganta.
“Ao mesmo tempo, é feita apenas no Cero a reabilitação de vítimas do surto de zika [infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti] e de disfagia [dificuldade de deglutição]”, disse Graciele.
MOBILIDADE URBANA
Acadêmica e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Velho, Michele Barros, anunciou para os dias dois, três e quatro de junho, no Teatro Banzeiros, a Conferência Municipal do Conselho da Cidade, com o tema mobilidade urbana.
“Debateremos a função das calçadas para deficientes visuais e, desde já convidamos a área acadêmica para participar dos trabalhos, cujos resultados serão enviados à Conferência Nacional, em 2017”, disse Michele.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!