O ex-secretário estadual de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), Marcelo Bessa, foi o entrevistado desta terça-feira (27) do programa A Voz do Povo, na rádio Cultura FM 107,9 apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá.
Ele abriu a entrevista comentando sobre o crescimento do número de homicídios em 50% nos quatro primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. "Na verdade, segundo os números oficiais, o crescimento foi de 11% na capital e no interior de 20%. Está havendo alguma discrepância em relação aos números apresentados. E a grande maioria dos homicídios é de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas".
Segundo ele, “a resposta da segurança tem sido muito boa. Temos um índice de resolutividade dos casos superior a 80%, o que é muito se comparado a outros Estados brasileiros”.
Sobre os crimes rumorosos, ocorridos durante a sua gestão como secretário, um ouvinte questionou Marcelo Bessa se o caso Naiara Karine está mesmo fechado. “Já foram quatro pessoas presas pelo crime. Foi instaurado um novo inquérito e o caso não está encerrado ainda. Nem todos os fatos deixam elementos suficientes e a apuração técnica continua. A questão do mandante é o que está sendo apurado. Mas, não se pode citar nomes, para não ser leviano, tem que se provar nos autos e a investigação está andando”, afirmou.
Ele confirmou o encontro com o senador Ivo Cassol (PP), em Brasília, “para atestar que não passavam de especulações uma conversa sobre um suposto envolvimento da empresária Jaqueline Cassol, além de negar que a polícia estaria realizando uma manobra para prejudicar essa ou aquela pessoa”.
Indagado que legado ele deixou como secretário de Segurança, Bessa declarou que “assumi a pasta com viaturas sucateadas e apenas algumas locadas. Hoje, passamos de 500 viaturas locadas. Gasolina, insumos, material de expediente, coletes, armas, munições e equipamentos. Em Rondônia, revólver 38 é peça de museu. É pistola .40 e outros armamentos”.
Questionado se a locação é mais viável, Bessa afirmou que “a locação de viaturas é muito mais vantajosa do que a aquisição dos veículos, que se desgastam rapidamente. Pelo volume que é locado, o valor é muito mais vantajoso, pois o Estado não precisa fazer manutenção, reposição de peças, reparos e troca do veículo em caso de acidente com perda total”, destacou.
Ele negou que tenha usado a Secretaria para se promover e buscar uma pré-candidatura à Câmara Federal. “De forma alguma, me dediquei ao máximo, com a minha equipe e não pensava em ser pré-candidato, que foi um convite do PMDB e ainda temos as convenções para definir os nomes na disputa. Atuo na segurança pública desde 1998 e nunca me utilizei de cargo para me promover e sempre conquistei meu espaço com dedicação e trabalho”, destacou.
Sobre as penas e ferramentas para punir os crimes, ele manifestou que “é uma situação realmente difícil. Tem que ser revista a política de segurança pública, começando por penas mais duras e passando pelo encarceramento total, mas que ofereça a possibilidade de ressocialização”.