CHEIA - Secretaria alerta população sobre risco de cólera da água do Madeira

O risco de uma epidemia de cólera em Porto Velho por causa enchente do rio Madeira, levou a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) a mudar de estratégia para evitar que a situação fuja de controle. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 26, o secretário da Semusa, Domingos Sávio, confirmou a suspeita de pelo menos dois casos diagnosticados em Jacy-Paraná, distrito distante cerca de 90 quilômetros do núcleo urbano da capital.

Domingos Sávio também confirmou a criação de uma sala de situação que ficará responsável de registrar os casos suspeitos e definir as ações a serem desenvolvidas. A partir desta quinta-feira, A Semusa começará a receber as notificações por meio do telefone 3901-2948. O atendimento será 24 horas.

“Até o momento ainda não registramos nenhum um óbito porque ainda temos a situação sob controle, apesar de todas as dificuldades. Mas caso sejam confirmados esses dois casos, teremos que redobrar as atenções, porque isso significará dizer que a cólera está no rio Madeira. Por isso pedidos à população que evite o contato com a água do rio, principalmente na estrada de ferro, local de onde também foram recolhidas amostras. O vibrião colérico já foi constatado que ele está aqui, o que falta, é saber qual é o tipo de cólera que está presente no rio. Por isso é preciso que a população adote certos cuidados”, pediu o secretário.

Além da confirmação da presença do vibrião colérico, outro agravante provocado pela enchente do rio Madeira é a quantidade de animais mortos que estão descendo o rio. Só na Bolívia, são mais de 500 mil cabeças de gado. Na Ponta do Abunã, são mais de mil cabeças, e outras 3.800 no Baixo-Madeira.

O secretário também confirmou a contaminação de todos os poços da Velha Jacy, em Jacy-Paraná. A área será interditada a partir desta quinta-feira, quando uma equipe de voluntários estará na região intensificando as ações de educação em saúde.

Outra área de risco, é o bairro dos Milagres, região de Porto velho que apresenta todas as características para a incidência da doença, de acordo com o que afirmou Régia Martins, técnica da Vigilância Epidemiológica da Semusa. “Essa possibilidade existe, mas estamos fazendo o monitoramento diário da situação para termos todo sob controle”, adiantou.

As buscas foram iniciadas em fevereiro e vários agentes já foram identificados. O monitoramento era feito por duas unidades sentinelas (as duas Upas), por meio dos casos de diarreia que davam entrada nessas duas unidades. Mas, a partir desta quinta, mais duas unidades farão esse trabalho, os prontos atendimentos Ana Adelaide e Ronaldo Aragão e a Unidade de Saúde da Família do São Sebastião.

A biomédica Daniela Vezu, microbiologista da Vigilância Sanitária municipal alerta a população para que qualquer caso suspeito seja notificado à Semusa por meio do telefone da Sala de Situação (3901-2948) e que as pessoas com sintomas da doença não se medique por conta própria.

“Quem apresentar sintomas da doença como, dor de cabeça, vômito, diarreia, febre, náuseas ou dores abdominais, procure uma unidade de saúde ao invés de ir a farmácia para se medicar. Essa medida é necessária porque você não sabe qual é a bactéria que tem, e se for uma do tipo invasiva, o quadro do paciente pode se agravar”, orientou.