O abastecimento de combustível em Porto Velho está mantido em níveis normais e não há justificativa para que a população faça estoques, apesar do nível atípico do rio Madeira, que ontem a tingiu a marca de 17,90 metros . A recomendação foi feita pelo coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Lioberto Caetano, que é também comandante geral do Corpo de Bombeiros. Em entrevista coletiva , ele também contestou a hipótese de rompimento das barragens das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. “Não há dados técnicos que sustentem esta tese“, afirmou.
Representantes de organismos que atuam em conjunto com a Defesa Civil Estadual, como a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa da Cidadania (Sesdec), Polícia Militar, Departamento Estadual de Estrada de Rodagem (DER), Polícia Rodoviária Federal, 17ª Brigada da Infantaria de Selva e Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) participaram da entrevista para mostrar o que têm realizado até aqui para amenizar os impactos da enchente recorde do rio Madeira.
O coronel Caetano revelou que houve aumento no número de atendimento a famílias atendidas nos bairros Beco Gravatal e Milagres, e que a resposta dos organismos de Defesa Civil funcionou bem e que as ações de atendimento seguem nos alojamentos, com fornecimento de alimentos, medicamentos e serviço médico e psicológico. Ontem eram 1253 as famílias alojadas em escolas, igrejas e outros espaços. Ele acrescentou que nos municípios de Nova Mamoré e Guajará Mirim, onde o efetivo do Corpo de Bombeiros é reduzido, haverá reforço com 30 bombeiros da Força Nacional de Segurança.
Transporte
Sobre a via alternativa criada a partir da estrada de Nova Dimensão, que liga o distrito de Jacy-Paraná ao município de Nova Mamoré, o coronel Caetano informou que há entendimentos entre as distribuidoras para que priorizem alimentos e combustível para amenizar os impactos negativos às populações daquelas regiões. Os entendimentos para isso envolvem também a Justiça Estadual e o Ministério Público Estadual.
Entre as medidas preventivas, o coordenador estadual da Defesa Civil disse que será proposta a construção de outra ponte na localidade de Araras, na BR 425. “Isto faz parte de um trabalho preventivo, pois a próxima cheia semelhante pode acontecer daqui a 100 anos, mas não podemos aguardar tanto tempo para tomar as providências”, esclareceu.
Recuperação
O secretário Marcelo Bessa, da Sesdec, esclareceu que a sala de situação para gerenciamento de crise, montada no Sipam, reúne técnicos dos órgãos envolvidos na resposta ao fenômeno no rio Madeira, e que elabora pareceres com base em informações técnicas. Segundo Bessa, já está em andamento o planejamento para a reestruturação das regiões afetadas e que estão sendo feitos estudos para definir os investimentos federais e estaduais necessários.
Acre
O superintendente regional da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Alvarez Simões, destacou que o monitoramento realizado na BR-364 é feito para assegurar que os motoristas estão seguros e que a interrupção do tráfego noturno para o Acre é necessária para este fim.
A coordenadora operacional do Sipam, Ana Cristina Strava disse que os dados meteorológicos e hidrológicos produzidos pela instituição indicam período de estiagem na região do rio Beni, na Bolívia, e que estes efeitos ainda serão percebidos no rio Madeira. Ainda virá, disse ela, um período de chuvas, que ocorre atualmente na mesma área e que deverá trazer seus impactos a Porto Velho em 10 ou 12 dias.